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Arquivos encuentro de redes - IberCultura Viva

04

set
2020

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

Inscrições abertas para o conversatório “Participação social e cooperação cultural”

Em 04, set 2020 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

Além dos conversatórios temáticos programados para o 4º Encontro de Redes IberCultura Viva, um grupo de trabalho especial será selecionado por meio de convocatória para o conversatório “Participação social e cooperação cultural”, coordenado pela equipe do programa Cultura Comunitária da Secretaria de Cultura do Governo de México. As inscrições para participar deste grupo estarão abertas entre os dias 4 e 14 de setembro no Mapa IberCultura Viva.

A intenção é que as pessoas participantes das três sessões do conversatório “Participação social e cooperação cultural”, programadas para os dias 25 de setembro, 2 e 9 de outubro, possam reflexionar sobre o trabalho do programa IberCultura Viva, num processo colaborativo para a construção do Plano Estratégico Trienal (PET) 2021-2023. 

 

Conversas

As conversas terão as seguintes temáticas: “Políticas culturais de base comunitária para a pós-pandemia” (25 de setembro); “Mecanismos, propostas metodológicas e caminhos de participação” (2 de outubro), y “Brecha digital e cultura comunitária” (9 de outubro). 

As sessões se realizarão na modalidade virtual, via Zoom, e terão transmissão ao vivo por YouTube e Facebook, a partir das 12:00 no horário do México (14:00 no Brasil). Os encontros também poderão ser acompanhados através da página web https://encuentroderedes.org/.

 

Inscrições

Serão selecionadas para o GT de Participação Social até 132 pessoas integrantes de organizações culturais comunitárias (OCC) dos 11 países membros de IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai. Cada uma das sessões poderá incorporar até 44 representantes, sendo 12 pessoas por país membro (será levada em conta a ordem de chegada das inscrições). 

Cada pessoa pode se inscrever para uma mesa do conversatório, e só poderá se inscrever uma pessoa por OCC. A seleção final deverá refletir diversidade territorial e regional priorizando a participação de OCC de diferentes regiões de cada país, com um mínimo de 50% de mulheres (mínimo 22 mulheres, 2 por país); 30% de pessoas afrodescendentes e indígenas, e 10% de pessoas da comunidade LGBTQ (4 por conversatório).

As pessoas postulantes devem ser membros de organizações culturais de base comunitária ou de povos originários, com ou sem personalidade jurídica. Espera-se ter 30% de OCC que participem em representação de uma rede nacional ou subnacional (13 por conversatório, 1 por país); 30% de OCC com mais de 5 anos de funcionamento (13 por conversatório, 1 por país), e 30 % de OCC que tenham tido alguma articulação com o programa (13 por conversatório, 1 por país). 

 

Mapeamento

Durante o conversatório serão realizadas de maneira simultânea três WikiSprint-Mapeo de experiências e saberes comunitários. Ao momento de iniciar-se as conversas, abre-se um chat mediante # em redes e um formulário para ingressar os seguintes dados, unicamente durante a realização do conversatório: nome da organização; breve descrição de atividades; país e localidade; aporte ou comentário ao tema #. Poderão participar do Mapeamento de Iniciativas WikiSprint todas as pessoas interessadas dos 11 países membros do programa, sem número de vagas limitado.

 

Sobre a plataforma

Para se inscrever no conversatório “Participação social e cooperação cultural” é necessário registrar-se primeiro como agente cultural no Mapa IberCultura Viva. Esta plataforma livre, gratuita e colaborativa permite o registro de dois tipos de agentes: individual e coletivo. Por agentes individuais compreendemos as pessoas físicas, e por agentes coletivos, as organizações culturais comunitárias, entidades, povos originários, coletivos, agrupações e instituições. No caso desta convocatória, é obrigatório registrar o perfil de agente individual (a pessoa física que será responsável pela inscrição). 

Uma vez concluído o perfil de agente, deve-se clicar em “Convocatórias” (na parte superior da tela) e buscar o arquivo que aparece com o título “Convocatória para integração do Grupo de Trabalho de Participação Social e Cooperação Cultural” para iniciar a inscrição. Aqui está um instrutivo sobre o registro na plataforma: https://bit.ly/34x4Y00

 

Confira o regulamento: https://bit.ly/31VSDkl

Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/154/

Consultas: programa@iberculturaviva.org

 

Leia também:

Os conversatórios do 4º Encontro de Redes: um espaço para a construção participativa

 

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24

ago
2020

Em EDITAIS
Notícias

Por IberCultura

4º Encontro de Redes: inscrições abertas para o seminário sobre Patrimônio Cultural Imaterial

Em 24, ago 2020 | Em EDITAIS, Notícias | Por IberCultura

De 16 de setembro a 14 de outubro, durante o 4º Encontro de Redes IberCultura Viva – Edição Especial, será realizado o seminário virtual “Introdução ao Patrimônio Cultural Imaterial”, organizado pelo Centro Regional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina (CRESPIAL) em colaboração com o programa. 

As pessoas interessadas em assistir ao seminário poderão inscrever-se a partir desta segunda-feira 24 de agosto na plataforma Mapa IberCultura Viva. Poderão participar pessoas dos países membros de CRESPIAL e IberCultura Viva, num total de 17 países (*). O número de participantes por país será de sete pessoas, somando ao todo 119. As inscrições estarão abertas até 4 de setembro. 

Os participantes podem ser tanto funcionários/as públicos/as dos países indicados como membros da sociedade civil interessados no Patrimônio Cultural Imaterial (PCI). Além de repartidas equitativamente entre os países participantes, as vagas devem ser divididas entre pessoas vinculadas a organizações culturais comunitárias e pessoas vinculadas a governos locais. Para participar, é necessário ter conhecimento básico em Patrimônio Cultural Imaterial (noções gerais) e manejar bem o espanhol. (A ferramenta que será usada é o Moodle, que se encontra em https://formar.cultura.gob.ar/)

Os módulos

O seminário será realizado de maneira virtual e gratuita durante cinco semanas através da plataforma Moodle, que se encontra em https://formar.cultura.gob.ar/. As sessões serão em espanhol, às quartas-feiras, a partir das 11:00 no horário do Peru (13:00 de Argentina e Brasil, 18:00 da Espanha). Este encontro sincrônico uma vez por semana terá duas horas de duração e um trabalho de fórum de debate e reflexão, com tutores. Será mantido um fórum aberto continuamente durante a formação, incentivando o debate e a reflexão a partir dos encontros com os docentes. 

O primeiro módulo, a cargo de Miguel Hernández Macedo (Peru), contará com uma introdução, alguns conceitos-chave sobre Patrimônio Cultural Imaterial (PCI), e uma apresentação da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO. Os módulos seguintes abordarão as temáticas “Políticas públicas para a gestão e salvaguarda do PCI” (a cargo de Luisa Sánchez, Colômbia); “Participação comunitária no âmbito da salvaguarda do PCI” (Adriana Molano Arenas, diretora geral do CRESPIAL), e “Medidas e ferramentas de salvaguarda do PCI” (Lucas dos Santos Roque, Brasil). A quinta sessão, em 14 de outubro, será para as conclusões e a avaliação das sessões anteriores. 

O seminário faz parte do Programa de Fortalecimento de Capacidades do CRESPIAL, que  busca fortalecer as capacidades humanas e institucionais de gestores públicos, comunidades portadoras, ONGs, entre outros atores vinculados à gestão e salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, através da cooperação regional e promovendo a participação comunitária como condição para a salvaguarda e a governança cultural.

 

Sobre o Crespial

O CRESPIAL tem como missão apoiar as atividades de salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial dos países da América Latina, de acordo com o espírito da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO (Convenção de 2003). O Centro vem implementando iniciativas voltadas para fomentar o fortalecimento de capacidades nacionais. Entre elas, atividades de assessoria, capacitação, formação e desenvolvimento de materiais, com o objetivo de fortalecer as capacidades tanto dos representantes dos países membros do Centro como das instituições aliadas e das mesmas comunidades encarregadas de velar pelo Patrimônio Cultural Imaterial. 

Sobre a plataforma

Para inscrever-se neste seminário virtual é necessário registrar-se primeiro como agente cultural no Mapa IberCultura Viva. Esta plataforma livre, gratuita e colaborativa permite o registro de dois tipos de agentes: individual e coletivo. Por agentes individuais compreendemos as pessoas físicas, e por agentes coletivos, as organizações culturais comunitárias, entidades, povos originários, coletivos, agrupações e instituições. No caso desta convocatória, é obrigatório registrar o perfil de agente individual (a pessoa física que será responsável pela inscrição). 

Uma vez concluído o perfil de agente, deve-se clicar em “Editais” (na parte superior da tela) e buscar o arquivo que aparece com o título do seminário para iniciar a inscrição. Aqui está um guia sobre o registro de agente na plataforma: https://bit.ly/3hvGtnF

 

(*) Países participantes: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Cuba, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, República Dominicana, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

 

 

 

Quem são os facilitadores 

 

Adriana Molano Arenas (Colombia) – Diretora geral do CRESPIAL

Antropóloga com especialização em Políticas Culturais e Gestão de Artes, com experiência de trabalho na elaboração e implementação de políticas públicas participativas em temas culturais. Também dirige projetos de fortalecimento do tecido social desde a perspectiva patrimonial no âmbito do desenvolvimento sustentável com comunidades afro, indígenas e camponesas. Coordenou o grupo de patrimônio cultural imaterial da Direção de Patrimônio do Ministério de Cultura da Colômbia de 2008 a 2015. Tem desenvolvido consultorias para a UNESCO e é especialista da Estratégia Global de Fortalecimento das Capacidades Nacionais para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial na América Latina e no Caribe.

 

Miguel Ángel Hernández Macedo (Peru) 

Antropólogo com estudos de pós-graduação em Gerência Social. Especialista em patrimônio cultural imaterial com 12 anos de experiência no Ministério de Cultura do Peru, como coordenador principal na elaboração de expedientes técnicos para a inscrição de elementos do patrimônio cultural imaterial na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. Conta com diversas publicações sobre expressões culturais peruanas, incluindo os livros “Cozinha e Identidade: a Culinária Peruana como Patrimônio Cultural Imaterial” e “El Q’eswachaka de Canas. Engenharia e tradição nas comunidades de Quehue”. Tem sido facilitador de oficinas e cursos sobre Patrimônio Cultural Imaterial no Peru e na América Latina e representante peruano ante organismos internacionais relacionados ao patrimônio vivo.

 

 

Luisa Sánchez (Colômbia) 

Antropóloga. Mestre em Antropologia Social e doutora em Sociologia pelo Instituto de Altos Estudos da América Latina IHEAL-Paris 3. Atualmente é professora, pesquisadora e diretora do Departamento de Antropologia da Pontificia Universidad Javeriana de Bogotá. Tem se concentrado na pesquisa das dinâmicas históricas, políticas e populacionais das regiões da Amazônia e a Orinoquia colombianas, com ênfase em processos migratórios para contextos urbanos. Foi assessora do Grupo de Patrimônio Cultural Imaterial no Ministério de Cultura da Colômbia. Ali trabalhou as linhas de Memória e Patrimônio, Pesquisa e Inventários. Nos últimos anos tem se especializado na análise comparada e na avaliação de políticas culturais, participando como consultora internacional em vários trabalhos do CRESPIAL, em cujo site pode-se consultar sua última publicação, “Miradas al PCI de América Latina, avances y perspectivas“.

 

 

Lucas dos Santos Roque (Brasil) 

Antropólogo. Mestre em Ciências Sociais com especialização em Patrimônio Imaterial e Comunidades Deslocadas de maneira compulsória. Tem 20 anos de experiência como técnico e coordenador na elaboração de pesquisas e trabalhos na área ambiental e cultural. Coordenou e executou diversos diagnósticos participativos e planos participativos de desenvolvimento comunitário, e também inventários de Patrimônio Cultural Imaterial (PCI). Na Estratégia Global de Fortalecimento de Capacidades da UNESCO, tem facilitado várias oficinas para a implantação das políticas de salvaguarda do PCI e outros temas relacionados. No CRESPIAL, lidera a elaboração do Plano de Diálogo e Fortalecimento de Capacidades da instituição, assim como a coordenação da elaboração dos materiais pedagógicos previstos neste Programa. 

 

Confira o regulamentohttps://bit.ly/2CU2oWw

Inscrições: https://mapa.iberculturaviva.org/oportunidade/146/

Consultas: programa@iberculturaviva.org  

 

Leia também:

Como inscrever-se no Seminário virtual “Introdução ao Patrimônio Cultural Imaterial” 

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18

maio
2019

Em Notícias

Por IberCultura

Representantes de governos e organizações participam de encontro em Buenos Aires

Em 18, maio 2019 | Em Notícias | Por IberCultura

Cerca de 80 pessoas estiveram presentes no Conversatorio sobre Políticas Culturais de Base Comunitária e Cultura Viva Comunitária, realizado na manhã de sexta-feira (17/05) na Manzana de las Luces, no centro da cidade de Buenos Aires (Argentina). O encontro reuniu representantes do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva, representantes de governos locais que participavam do 3º Encontro de Redes, e representantes de organizações e coletivos que participavam do 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

O encontro começou com as palavras de boas-vindas da presidência do IberCultura Viva, representada por Diego Benhabib, coordenador de Puntos de Cultura de Argentina, que parabenizou organizadores e congressistas do 4º Congresso Latino-americano de CVC e ressaltou a forma como o programa vem trabalhando no fortalecimento da articulação em rede e no fomento da participação social, organizando espaços de escuta/rodas de conversa com organizações da sociedade civil nas cidades onde se realizam as reuniões do Conselho Intergovernamental.

Darío Quiroga e Paloma Carpio falaram sobre o círculo “Legislação e políticas públicas em cvc”

Depois das saudações dos 11 representantes governamentais, que relataram os processos realizados em matéria de políticas culturais comunitárias em seus países, e da representante da Secretaria Geral Ibero-americana, dois participantes do 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, Paloma Carpio (Peru) e Darío Quiroga (Chile), falaram do trabalho desenvolvido ao longo da semana nas quatro sessões do círculo da palavra “Legislação e políticas públicas em cultura viva comunitária”.

Darío Quiroga ressaltou as duas características centrais da metodologia de trabalho (ser participativo e trabalhar em função de iniciativas concretas) e elogiou o funcionamento do congresso anterior, em Quito (Equador), em novembro de 2017, quando a equipe reunida no círculo “Legislação e políticas comunitárias” elaborou uma “bateria conceitual” sintetizada em 14 pontos. Ratificado pelos participantes do círculo do 4º Congresso Latino-americano de CVC, este documento segue sendo referência, um marco conceitual a partir do qual entender o trabalho de incidência em políticas públicas e em legislação a favor da cultura viva comunitária.

“Como movimento, nós temos vocação de poder; (queremos) não apenas ser comparsas de políticas públicas, e sim incidir como protagonistas destas políticas. Queremos participar do poder para transformá-lo, para transformar as lógicas a partir das quais efetivamente o Estado, as distintas instâncias públicas, trabalha com a comunidade. Isso está no coração do movimento continental desde seu início”, destacou Quiroga, lembrando que o primeiro chamado do movimento de CVC, desde o congresso de La Paz (2013), foi o piso mínimo de 0,1% dos orçamentos nacionais para a cultura comunitária.

Paloma Carpio, por sua vez, comentou que o fato de existir o programa IberCultura Viva, e também espaços como este conversatorio, “é uma conquista da capacidade de diálogo que se tem desde as organizações e desde o Estado”, e também da disposição de criar pontes, de transitar entre estes âmbitos, uma vez que alguns dos que estão de um lado da mesa já estiveram do outro lado, e vice-versa. “Consideramos uma conquista que haja continuidade nos espaços de trabalho”, afirmou.

Os 14 pontos

Levando em conta que as políticas de cultura viva comunitária “não são programas exclusivamente, e sim uma orientação civilizatória”, Paloma leu os 14 pontos do documento elaborado pelo grupo de trabalho formado em Quito. Lembrou que são políticas que buscam incidir nos orçamentos; que se caracterizam pela participação cidadã; que respeitam a autonomia das organizações; que respeitam as diversas espiritualidades e crenças; que respeitam o bem viver, os direitos da pachamama, o patrimônio material, imaterial e comunitário dos povos originários.

Lembrou, ainda, que estas políticas são descentralizadas e incidem no fortalecimento territorial e identitário; valorizam e promovem a diversidade, a interculturalidade, e garantem os direitos das populações historicamente excluídas; promovem o livre intercâmbio e a circulação artístico-cultural, garantindo também o trânsito livre de bens, saberes e serviços culturais; promovem uma cultura de paz com justiça e equidade social; promovem o intercâmbio e a geração de circuitos produtivos de economias solidárias. São políticas com arraigo e repercussão nas comunidades, e que não estão  enfocadas somente nas disciplinas artístico-culturais, e sim no impacto na melhora da qualidade de vida das pessoas.

“Estes foram os aportes em nível conceitual, nos conteúdos das políticas. Tomando isso como algo já validado no círculo aqui na Argentina, nos propusemos a pensar melhor nos ‘comos’. Porque uma coisa é o que se declara em termos de intenção do que deve conter a política, e outra são os processos que levam a esta conquista”, comentou Paloma.

 

As iniciativas

Nestas jornadas para imaginar os ‘comos’, buscando entender os processos de cada território na conquista da política e aprender com as experiências, o grupo que participou deste círculo no 4º Congresso chegou a 10 iniciativas específicas. Darío Quiroga citou três delas, a começar pela criação de um informe anual sobre a situação de incidência da cultura viva comunitária nos governos.

“A ideia é que seja um informe simples, que possa servir a qualquer um dos companheiros que fazem parte das organizações”, destacou. “Este informe nos permitirá ver, ano a ano, os avanços e os retrocessos em termos de legislação, de programas, de políticas públicas e de orçamentos em nível de governos, e quando for pertinente em níveis estaduais, provinciais ou de governos locais.”

A segunda iniciativa é a criação da Editora Digital Iván Nogales Bazán, que será a instância de difusão das ideias da cultura viva comunitária. A intenção é que sejam criados alguns textos, e reeditados outros, que ali se sistematize distintos conhecimentos e saberes, com formato amistoso, para que cada texto seja facilmente replicável e acessado via telefones celulares e tablets. A terceira iniciativa é que esta editora e toda a produção destes círculos sejam comunicadas em espanhol e português.

Ao referir-se ao ator e diretor boliviano, fundador do Teatro Trono-Fundación Compa que morreu em março e dá nome à editora, Quiroga disse que ele havia estado permanentemente neste congresso-caravana. “Não quero colocá-lo numa estátua de bronze, mas Iván Nogales é um de nossos pais e também um de nossos filhos, porque seguiremos construindo iniciativas para ensinar aos Iváns do futuro como se pode trabalhar, avançar e articular o tecido popular comunitário”, afirmou.

 

A carta

Depois de alguns comentários dos congressistas sobre temas variados (uma brasileira propôs que o evento se chamasse “congresso mestiço americano” em vez de latino-americano, outra falou em “congresso afro-ameríndio”), a argentina María Emília de la Iglesia (Cooperativa La Comunitaria) leu uma carta-manifesto dirigida ao programa IberCultura Viva e aos representantes de governos locais e nacionais, assinada por integrantes de organizações de 16 países presentes no 4º Congresso Latino-americano de CVC.

O texto ressaltava que a cultura viva comunitária “é um movimento de base popular autônomo, que surge das expressões próprias dos povos e comunidades organizadas para uma vida digna e o bem viver”, e que a partir de sua incidência se impulsionou o nascimento deste programa de governos, “sempre considerando que a cultura viva comunitária existe ancestralmente e resiste em nossos territórios”.

Nesta carta, as organizações participantes do congresso solicitavam que o programa IberCultura Viva, assim como os programas que vêm surgindo em diversos países, assumissem o desejo de fortalecer os processos orgânicos de participação nas ações planejadas em relação à cultura viva comunitária. Além das linhas de apoio a encontros com mecanismos includentes e participativos, foram propostas mesas de trabalho semestrais, com participação de representantes do movimento de cultura viva comunitária, para planejar, integrar e avaliar as políticas públicas implementadas.

Ao final, Diego Benhabib destacou as linhas que o programa vem desenvolvendo para o apoio à organização das redes de cultura comunitária, como os editais de mobilidade lançados desde o 2º Congresso Latino-americano de CVC, de El Salvador (2015), ou os editais de apoio a redes, que permitiram a participação de 33 representantes de organizações dos países integrantes do programa. Também colocou à disposição as ferramentas do IberCultura Viva para ajudar nos processos de sistematização que se propõem realizar, reiterando a predisposição do Conselho Intergovernamental para reunir-se com as organizações dos países onde se realizam as reuniões.  

O Conversatorio sobre Políticas Culturais de Base Comunitária e Cultura Viva Comunitária foi uma das atividades promovidas pelo IberCultura Viva em Buenos Aires durante o 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. O programa também organizou nesta semana uma capacitação sobre a plataforma Mapa IberCultura Viva para funcionários de governos dos países membros, e o 3º Encontro de Redes IberCultura Viva, com a participação de representantes de governos locais. A programação foi encerrada no sábado (18/05) com a realização da 11ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva.

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10

maio
2019

Em Notícias

Por IberCultura

Experiências ibero-americanas de cultura comunitária estão reunidas em livro que será lançado em Mendoza

Em 10, maio 2019 | Em Notícias | Por IberCultura

Nesta sexta-feira (10/05), na cidade de Mendoza (Argentina), será lançado o livro Puntos de cultura viva comunitaria iberoamericana. Experiencias compartidas“. A publicação é uma parceria da Alcaldía de Medellín (Colômbia) com o programa IberCultura Viva e reúne textos escritos por representantes de governos locais e de organizações culturais comunitárias que tiveram incidência no desenvolvimento de políticas públicas locais. O lançamento será no Espaço Le Parc, das 17h30 às 19h30, dentro da programação do 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

A edição, que dá início a uma “Coleção IberCultura Viva”, é uma compilação das experiências compartilhadas pelos participantes do 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado en Quito (Equador) em novembro de 2017, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.  

O 2º Encontro de Redes reuniu representantes de uma província (Entre Ríos, Argentina) e 11 municípios: Córdoba e Devoto (Argentina); Niterói (Brasil); Medellín (Colômbia); Ibarra (Equador); Zapopan e Cherán (México); La Molina e Lima (Peru); Canelones e Montevideo (Uruguai). Também participaram representantes de organizações culturais comunitárias de México, Peru, Guatemala e Costa Rica e representantes do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva.

Um grupo de trabalho (GT) foi formado nesta reunião para a articulação da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, que tem como objetivo fortalecer e fomentar o desenvolvimento de políticas culturais de base comunitária em nível local. Esta rede será formalizada (e ampliada) na próxima semana em Buenos Aires, no 3º Encontro de Redes IberCultura Viva.

A difusão das experiências, por meio de registros de boas práticas e sistematizações, é um dos eixos de trabalho deste grupo formado em Quito. Esta compilação de experiências pretende ser um espaço de encontro para incentivar mais cidades e governos locais a seguir se encontrando e se (re)conhecendo no caminho da cultura viva comunitária.

 

Experiências compartilhadas

Os trabalhos reunidos neste livro dão conta de experiências diversas, desenvolvidas em conjunto por Estado e sociedade civil na Ibero-América. Do Uruguai, por exemplo, fala-se de “Esquinas de la Cultura”, programa da Intendência de Montevidéu que parte do reconhecimento das expressões artísticas e culturais que já existem no território. Também está presente uma iniciativa do governo de Canelones, “Para que las ideas broten”, criada para desenvolver estratégias que favoreçam a democracia cultural, gerando âmbitos e espaços de participação popular onde a própria cidadania organizada participe da tomada de decisões.

Outros dois textos são dedicados a experiências do Peru. Uma delas, “Aprende Más – Allinta Yachay”, é um programa de alfabetização com enfoque intercultural que se desenvolve em comunidade sob a direção da Municipalidade de La Molina. A outra aborda os Pactos de Gobernabilidade construídos pelo Grupo Cultural Pukllay no distrito de Ate, em Lima.

O capítulo de Medellín, por sua vez, narra a experiência do governo com a cultura comunitária a partir das vozes de seus protagonistas, entrevistando líderes que marcaram a história local, “muito além da história de suas próprias organizações, comunidades e territorios”.

Da Argentina, a Direção de Cultura Comunitária de Córdoba lembra a importância de amplificar as vozes dos territórios que estão além do centro urbano e narra os achados de uma política que há anos busca abordar certas propostas e problemáticas dos bairros, e que tem encontrado no território muitas respostas e potencialidades para construir uma vitalidade, uma memória coletiva.

Do México, o capítulo do município de Cherán, em Michoacán, narra a história de um povoado, organizado principalmente por mulheres, que muda seu rumo e põe um freio nos abusos e maus-tratos sofridos como comunidade, iniciando assim uma nova etapa que se organiza com uma lógica comunitária de administrações comunais, em que a tomada de decisões se dá mediante o consenso da assembleia.

A compilação traz também o caso do Programa Sócio-Educativo Recuperando Consciências, da Asociación Yarä Kanic, que conseguiu, em articulação com o Estado, consolidar uma política local integral em torno do aqueduto das comunidades de Poás e do bairro Corazón de Jesús, no município de Aserrí, em San José, Costa Rica.

Para guardar

Na próxima semana, o livro Puntos de cultura viva comunitaria iberoamericana. Experiencias compartidas” estará disponível para download na aba “Documentos” do site www.iberculturaviva.org.

O segundo volume desta “coleção Iber” será dedicado aos trabalhos selecionados na Convocatória de Textos IberCultura Viva 2016. Esta chamada pública teve como objetivo recolher experiências de organizações da sociedade civil que tenham sido colaboradoras das políticas governamentais de culturas de base comunitária e que pudessem formar uma publicação de referência na região ibero-americana.

 

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24

nov
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Participantes do 2º Encontro de Redes formam grupo de trabalho para articular uma rede de governos locais

Em 24, nov 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

O 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado na sede do Ministério de Cultura e Patrimônio, em Quito (Equador), nos dias 22 e 23 de novembro, terminou com a formação de um grupo de trabalho (GT) de governos locais para a articulação de uma rede que possa aportar ao desenvolvimento das experiências e processos culturais de base comunitária e de povos originários de forma participativa, colaborativa e com trabalho intersetorial.

Como ressaltou Diego Benhabib, representante da presidência do programa IberCultura Viva, se trata de um “primeiro acordo” de constituição desta rede. O documento que os participantes do encontro assinaram nesta quinta-feira (23/11) cita algumas linhas de ação para 2018, tendo em conta o Plano Estratégico Trienal (PET 2018-2020) aprovado na 8ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva, realizada também esta semana em Quito, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

Além de aderir aos valores defendidos pelo programa (“Fomentar o respeito”, “criar comunidade”, “resguardar a diversidade cultural”, “impulsionar a participação” e “defender a igualdade”), os representantes de governos locais presentes (uma província/estado e 11 municípios) manifestaram o compromisso de integrar o grupo de trabalho e contribuir para o desenvolvimento de ações para a construção de uma agenda comum que permita avançar no diagnóstico e na definição dos marcos para a constituição e o funcionamento de uma rede de governos locais que articule com o programa IberCultura Viva

 

 

Participantes

Participaram do 2º Encontro de Redes IberCultura Viva representantes dos governos da província de Entre Ríos e das municipalidades de Córdoba e Devoto, na Argentina; das prefeituras (alcadías, ayuntamientos e intendencias) de Niterói (Brasil), Medellín (Colômbia), Zapopan e Cherán (México), Ibarra (Equador), Canelones e Montevidéu (Uruguai), La Molina e Metropolitana de Lima (Peru).

A reunião também contou com a presença de representantes de oito países membros do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva (Argentina, Brasil, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Peru e Uruguai) e de quatro organizações culturais comunitárias do México (Consejo de Jóvenes Cherán Keri), Peru (Grupo Pukllay), Guatemala (Caja Lúdica) e Costa Rica (Asociación Administradora del Acueducto Rural de Poás y Barrio Corazón de Jesús de Aserrí) que tiveram incidência no desenvolvimento de políticas públicas locais.

Apresentações

Estes quatro casos da sociedade civil organizada foram apresentados na tarde do primeiro dia de trabalho. A manhã esteve dedicada às apresentações de cinco experiências governamentais de políticas culturais de base comunitária em Niterói (Brasil), Montevidéu e Canelones (Uruguai), Medellín (Colombia) e Córdoba (Argentina).

Herman Montoya, de Medellín: seis anos de política de Cultura Viva

Herman Montoya, da Secretaria de Cultura Cidadã de Medellín, contou o que tem passado nos últimos seis anos, desde que foi institucionalizada em Medellín a política de Cultura Viva Comunitária. Falou dos desafios da política, como o desenvolvimento de uma ferramenta que permita mapear e caracterizar as organizações comunitárias da cidade, e da articulação de propostas de trabalho que vinculem outras secretarias do município em programas e projetos de organizações comunitárias. Também comentou algumas conquistas, como a manutenção dos estímulos e prêmios para expressões da cultura viva comunitária, a publicação das memórias dos eventos de Cultura Viva, e o apoio à participação de organizações locais nos Congressos Latino-americanos realizados em 2013 na Bolívia e agora no Equador.

As experiências uruguaias ficaram a cargo de Alba Antunez, diretora de Descentralização Cultural do Programa Esquinas da Cultura, da Intendência de Montevidéu, e de Manuel Meléndez, diretor de Cultura Comunitária da Intendência de Canelones. Os dois dividiram a mesa para contar como, a partir das municipalidades, vem se desenvolvendo uma política territorial de base cultural comunitária que tem como premissa a cogestão de espaços e experiências com os vizinhos nos bairros.

Renata Machado (Brasil), Alba Antunez, Manuel Meléndez e Begoña Ojeda (Uruguai)

Direitos culturais

Marchiaro falou sobre o caso de Córdoba (Argentina)

Da Argentina, Francisco Marchiaro, secretário de Cultura da Municipalidade de Córdoba, dividiu sua apresentação com Lucrecia González e Diego Pigini, da Direção de Cultura Comunitária. Marchiaro contou um pouco da fisionomia da cidade (uma cidade universitária, com 1,4 milhão de habitantes), da criação da Secretaria de Cultura em 2011, de como conseguiu multiplicar por seis o orçamento destinado aos temas culturais comunitários (passando de 0,19% a 1,2%), e dos três eixos de trabajo a que a Secretaria vem se dedicando: Cultura como direito humano; Cultura como motor de desenvolvimento social; Culturas e territórios.

Pigini e González comentaram como ações como “Carnavales Comunitarios”, “Tu Barrio en Escena”, “Cultura de Barrio”, “Promotores Culturales Comunitarios” e “Aprendo con Cultura” vêm gerando instâncias de desfrute, expressão, participação e exercício pleno dos direitos culturais nas comunidades de Córdoba. Também ressaltaram que este ano foi criado o Conselho Municipal de Cultura Comunitária, um espaço permanente de articulação entre a sociedade civil e a municipalidade para a definição e a defesa de políticas culturais de base comunitária.

Conselho Municipal

Renato Almada comentou a experiência de Niterói

Em seguida, o brasileiro Renato Almada, presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Niterói, lembrou a criação do programa Cultura Viva no Brasil, em 2004, e sua transformação em política de Estado dez anos depois, com a sanção da Lei 13.018/2014, a Lei Cultura Viva. “É necessário implementar uma política de Estado, não de governo, para ter uma política funcionando efetivamente em um país, estado ou município”, afirmou Almada, destacando também alguns avanços conquistados em Niterói, como a Lei do Sistema Municipal de Cultura, que criou o Conselho, o Plano e o Fundo Municipal de Cultura.

“Fizemos em Niterói a maior conferência municipal de cultura de Brasil, com mais de 800 participantes, e lá elegemos o Conselho Municipal de Política Cultural, com 15 câmaras temáticas (dança, música, teatro, etc). O Conselho administra o Fundo Municipal de Cultura. Não administra o orçamento, e sim aprova os projetos que vão captar recursos. É um conselho deliberativo, que decide junto com o poder público as políticas culturais a ser implementadas. E nosso Plano Municipal de Cultura prevê o estabelecimento da Rede Cultura Viva”, explicou. A Rede Cultura Viva Niterói, criada através de convênio entre a Prefeitura de Niterói e o Ministério da Cultura (via Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural), é formada por 17 Pontos de Cultura e dois Pontões  de Cultura (*).

(*) Pontão de Cultura é uma entidade cultural ou instituição pública de ensino que articula um conjunto de outros pontos ou iniciativas culturais, desenvolvendo ações de mobilização, formação, mediação e articulação de uma determinada rede de Pontos de Cultura e demais iniciativas culturais, seja em âmbito territorial ou em um recorte temático e identitário.

Leia a ata de formação do grupo de trabalho de governos locais.

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19

nov
2017

Em Notícias

Por IberCultura

2º Encontro de Redes IberCultura Viva: articulando uma rede de governos locais

Em 19, nov 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

O 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, que será realizado em Quito (Equador) nos dias 22 e 23 de novembro, será dedicado exclusivamente à articulação de uma rede de governos locais (municipais e/ou estaduais). A mesa “Rede de Cidades IberCultura Viva” se dará dentro da programação do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, com a presença de funcionários públicos de uma dezena de cidades da América Latina.

Está prevista a participação de servidores públicos municipais e estaduais de países como Argentina (Córdoba, Devoto, Entre Ríos), Brasil (Niterói), Colômbia (Medellín), México (Cherán, Zapopan/Jalisco) e Uruguai (Montevidéu e Canelones), entre outros. Ao longo dos dois dias de trabalho, os convidados vão discutir como construir um mecanismo de cooperação entre o programa e as instâncias locais e estabelecer uma agenda de trabalho conjunta para 2018.

O primeiro dia do encontro contará com apresentações do programa, dos representantes das cidades e dos governos estaduais presentes e também de organizações da sociedade civil, sobre processos de incidência em políticas culturais de base comunitária. A roda de conversa “Desafios comuns e eixos de ação possíveis para a rede”, programada para as 16h, tem como objetivo definir os pilares da rede, os critérios para a incorporação de atores e os eixos de trabalho para os próximos três anos.

A segunda jornada será dedicada a uma dinâmica de trabalho para a elaboração de um plano de articulação da rede em 2018, o que inclui uma revisão das linhas de ação do programa e sua adequação ao plano local. Além de acordar os compromissos que as cidades devem assumir e os aportes que o programa realizará em apoio à rede, os participantes devem estabelecer modelos de seguimento e medição do cumprimento das metas propostas pelos governos.

Representantes de um dos três grupos formados durante o 1º Encontro de Redes IberCultura Viva, em Buenos Aires

Primeira edição

O 1° Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado de 30 de novembro a 2 de dezembro de 2016 no Centro Cultural San Martín, em Buenos Aires (Argentina), contou com três grupos de trabalho formados por pesquisadores, representantes de governos e organizações sociais que desenvolvem políticas culturais de base comunitária em 17 países ibero-americanos.

Durante três dias, os participantes se dividiram nas seguintes mesas temáticas: “Participação social e cooperação cultural”, “Legislação para as políticas culturais de base comunitária” e “Formação em políticas culturais de base comunitária e construção de mapas e indicadores”. As atividades foram realizadas de maneira simultânea às exposições, rodas de conversa e fóruns do 3º Encontro Nacional de Pontos de Cultura, organizado pelo Ministério de Cultura da Argentina.

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20

dez
2016

Em Notícias

Por IberCultura

Grupos de trabalho do Encontro de Redes: as recomendações e os eixos inspiradores

Em 20, dez 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Georgina García/Puntos de Cultura

O 1° Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado de 30 de novembro a 2 de dezembro no Centro Cultural San Martín, em Buenos Aires (Argentina), contou com três grupos de trabalho formados por pesquisadores, representantes de governos e organizações sociais que desenvolvem políticas culturais de base comunitária em 17 países ibero-americanos.

Durante três dias, os participantes se dividiram nas seguintes mesas temáticas: “Participação social e cooperação cultural”, “Legislação para as políticas culturais de base comunitária” e “Formação em políticas culturais de base comunitária e construção de mapas e indicadores”. As atividades foram realizadas de maneira simultânea às exposições, rodas de conversa e fóruns do 3º Encontro Nacional de Pontos de Cultura, organizado pelo Ministério de Cultura da Argentina.

Primeiro dia de trabalho do GT de Participação social

Legislação

A coordenação do grupo “Legislação para as políticas culturais de base comunitária” esteve a cargo de Daniel Castro, coordenador-geral de Promoção da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil e representante da presidência do IberCultura Viva. Com 11 integrantes, provenientes de Peru, Costa Rica, Uruguai, Brasil, Argentina e México, esta mesa de trabalho abordou os avanços no campo legislativo e jurídico-administrativo, e buscou estimular a criação e o aperfeiçoamento de normas que fortaleçam as políticas públicas da área.

No primeiro dia, Paloma Carpio, coordenadora do Programa Puntos de Cultura no Peru entre 2012 e 2015, apresentou a experiência da Lei de Promoção dos Pontos de Cultura, promulgada em seu país em julho de 2016. No segundo dia, Daniel Castro falou da Lei 13.018/2014, que instituiu a política nacional de Cultura Viva no Brasil, e mudou a legislação para as organizações culturais, definindo uma prestação de contas específica para os Pontos de Cultura. As exposições contaram com intervenções, contrapontos e comparações com os outros países representados no grupo.

“No Brasil, até 2014 toda a legislação de convênios entre o governo federal e estadual era a mesma para os projetos culturais em sociedade com organizações comunitárias sem fins lucrativos. Ou seja, a mesma burocracia para quem ia construir uma estrada ou fazer uma oficina de capoeira”, comentou Daniel Castro. Ele também destacou temas como a busca de equilíbrio entre controle e flexibilização e a necessidade de enfocar os resultados, as entregas para a população, buscando corrigir o enfoque excessivamente centrado na prestação de contas financeira.

No terceiro e último dia foi elaborado um documento final com 10 recomendações, tendo em conta que as realidades dos países são distintas e que a participação cidadã ainda é um longo caminho por percorrer para que a legislação se faça de baixo para cima.

Uma das recomendações foi a de que o processo de construção da legislação deve promover a participação da sociedade civil, contemplando os povos, comunidades, grupos e agentes culturais, respeitando suas especificidades socioculturais. O grupo considerou crucial “gerar pontes de diálogo e estabelecer alianças com os diferentes setores envolvidos no processo de criação, tramitação, aprovação e implementação das leis”.

Sugeriu-se a realização de audiências públicas no Congresso e em espaços comunitários para discutir a criação e a implementação das leis. Também se ressaltou a importância da criação, a partir dos Estados, de espaços de diálogo baseados na corresponsabilidade, para estabelecer mecanismos de fiscalização e acompanhamento mais eficazes, transparentes e pertinentes.

Begoña Ojeda leu as recomendações do GT Legislação no encerramento do encontro

Formação, mapas e indicadores

Um segundo grupo tratou de dois temas durante os três dias de trabalho: “Formação em políticas culturais de base comunitária” e “Construção de mapas e indicadores”. A mediação ficou por conta de Alexander Córdova, coordenador do programa Puntos de Cultura da Secretaria de Cultura da Presidência de El Salvador, que orientou a definição de eixos inspiradores para um programa de formação e recomendações para a construção de mapas e indicadores na área.

O grande objetivo deste grupo foi trazer insumos para ajudar o programa IberCultura Viva a desenvolver a linha de formação prevista em seu planejamento. “Esta linha de formação tem como objetivo principal poder ajudar a consolidar a Cultura Viva como noção de política de base comunitária. Os Pontos de Cultura são a primeira política cultural regional que temos, estão em cinco países, mas em termos teóricos, acadêmicos, não há tanta pesquisa sobre o tema”, justificou Emiliano Fuentes Firmani, secretário executivo da Unidade Técnica do programa IberCultura Viva.

O salvadorenho Alexander Córdova coordenou o GT Formação

A ideia, segundo ele, seria impulsionar ações para que os países membros possam associar-se com instituições de formação para desenvolver linhas de formação para gestores comunitários, e que depois de um tempo de trabalho se possa apresentar uma proposta de formação de referência internacional em políticas culturais de base comunitária.

Participaram do grupo 27 pessoas, provenientes de 11 países: Argentina, Brasil, Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Honduras, Peru e Uruguai. “Foi uma mesa muito generosa, com muita participação dos países”, afirmou o coordenador salvadorenho. Alguns deles, como o brasileiro Leonardo Germani e a uruguaia Mayte Loyarte, fizeram apresentações de projetos em que estão trabalhando para a construção de mapas e indicadores culturais.

Germani, por exemplo, falou dos Mapas Culturais, uma experiência em software livre que começou no Brasil e agora também é desenvolvido no Uruguai. “Trata-se de uma plataforma de mapeamento, uma plataforma digital de gestão cultural participativa, para fazer um espaço público de verdade, não do governo. É público no sentido que o governo faz parte, ajuda a manter, mas é algo que se pode fazer da sociedade civil também”, explicou.

Leonardo Germani e Itziar Rubio participaram do GT Formação

Depois de três dias de debates, o grupo definiu alguns eixos inspiradores para um programa de formação em política cultural de base comunitária. Considerar um marco comum que reconheça e valorize as diversidades culturais (gênero, sexual, linguística, territorial, socioeconômica, identitária e histórica); integrar a dimensão emocional na aprendizagem retomando as propostas de uma pedagogia alternativa a partir do vivencial, e integrar os saberes e a troca de experiências institucionais e populares, garantindo os direitos culturais, foram alguns dos pontos levantados.

Também se ressaltou a importância de considerar a construção coletiva (governo-comunidade) nos processos de formação;  documentar e sistematizar as experiências sobre as diversas práticas culturais comunitárias; considerar a experiência e os aportes do movimento latino-americano de Cultura Viva Comunitária; facilitar o reconhecimento dos processos de aprendizagens das organizações, e avançar em direção a um mapeamento das experiências de formação comunitárias na Ibero-América.

Entre as recomendações para a construção de mapas e indicadores estava a de promover plataformas digitais que propiciem a gestão do conhecimento e a comunicação dos processos voltados para as expressões das culturas comunitárias. E que o desenvolvimento de mapas e plataformas de informação cultural se realize com ferramentas de código abierto e de criação coletiva, tendo em conta as experiências existentes. Também se sugeriu a cooperação entre países para ampliar informações regionais que enriqueçam os processos, projetos e políticas gestadas nas – e a partir das – dinâmicas culturais comunitárias.

Carolina Picado e Itziar Rubio falaram dos eixos inspiradores do GT Formação

Participação e cooperação

Coordenado por Fresia Camacho, diretora de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica, o grupo “Participação social e cooperação cultural” reuniu mais de 30 pessoas de Argentina, Brasil, Bolívia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Uruguai.

“Formou-se um grupo maravilhoso, com um trabalho muito comprometido e muito intenso”, comentou Fresia sobre a mesa que tinha como objetivo, além do intercâmbio de experiências, avançar na construção de uma mesa intersetorial da sociedade civil para o acompanhamento do programa IberCultura Viva.

No encerramento do evento, no Galpão do Catalinas Sur, Daniel Granados, da Prefeitura de Barcelona (Espanha), leu os seis pontos que o grupo levantou para análise do contexto: a) a conjuntura internacional (“incerta”, inclusive pelo novo ciclo político aberto nos Estados Unidos); b) a conjuntura histórica (o que a cultura comunitária tem representado para a reconstrução simbólica na América Latina); c) a transversalidade geracional; d) “cultura e mãe natureza, ecossistemas sustentáveis”; e) “pós-colonialismo, feminização e cultura dos afetos”, e f) “marco comum: conceitual, jurídico e democrático”.

O catalão Daniel Granados ressaltou as conjunturas internacional e histórica

Em seguida, Rafael Paredes, da organização Abarrotera Mexicana, falou de alguns enfoques conceituais e aportes da Cultura Viva Comunitária para a transformação das políticas culturais de base. Ressaltou como grandes contribuições o fortalecimento dos movimentos, “reforçando sua autonomia e protagonismo”, a construção de “argumentos próprios a partir de narrativas e poéticas alternativas à ideia de cultura e desenvolvimento”, a promoção de “espaços de diálogo democráticos”.

O grupo recomendou que se assegure a natureza participativa das políticas continentais, nacionais e locais. Que se fortaleça a participação social através da constituição de mesas de trabalho em nível nacional e que os governos federais convoquem a participação de organizações comunitárias, instituições culturais e educativas e dependências governamentais de diferentes níveis de governo. A forma de integrar as mesas será determinada em função do contexto de cada país.

Outras recomendações: propiciar a adesão de governos estaduais e municipais ao programa; propor outras formas de adesão dos países ibero-americanos (“que uma cota anual não seja um critério excludente ou a única maneira de aportar ao fortalecimento do programa”); valorizar as boas práticas que cada país tem em matéria de política cultural comunitária, e criar um fórum virtual permanente que permita que as organizações contribuam para a implementação do programa.

 

Esta mesa também trabalhou sobre a importância de financiamento, porque , como ressaltou Fresia Camacho no ato de encerramento, “não se trata só de financiar fundos para as organizações, e sim para os espaços de encontro, imprescindíveis para a democratização e o exercício da cidadania”.

Outro tema abordado foi a necessidade de certificar boas práticas de políticas de cultura comunitária, tanto locais como nacionais, “de modo que IberCultura Viva se converta em um palanque que permita o avanço das políticas culturais de base comunitária, respeitando os princípios de autonomia, empoderamento e protagonismo das organizações e das comunidades”.

 

Leia os documentos finais de cada grupo:

Participação social e cooperação cultural

Legislação para as políticas culturais de base comunitária

Formação em políticas culturais de base comunitária e construção de mapas e indicadores

 

 

Participantes GT Legislação: Daniel Castro (Brasil), Fabiola Figueroa (Peru), Paloma Carpio (Peru), Matilde Gómez Bolaños (Costa Rica), Lucrecia Sancho (Costa Rica), Gabriela Mora (Costa Rica), Yesenia Muñoz (México), Begoña Ojeda (Uruguai), Andrea Hanna (Argentina), Franco Morán (Argentina) y Abi Ribot (Argentina)

Participantes GT Formação: Luis Antonio de Oliveira (Brasil), Leonardo Barbosa Germani (Brasil), Roberto Guerra (Chile), Carolina Picado Pomarth (Costa Rica), Itziar Rubio Barrera (Peru), Mayte Loyarte (Uruguai), Claudia María Graciela Orantes Córdova (Belize), Caridad Cardona Aguilar (Honduras), Sandra Liliana Oquendo David (Colombia), Mario Lima Brasil (Brasil), Germán Alexander Cordova Pineda (El Salvador), Patricia Rivera Ritter (Chile), Vera Vargas (Costa Rica), Antía Vilela Díaz (Brasil), Ronnzo Rojas Rupay (Perú), Franco Rizzi (Argentina), Mariana Aparicio (Argentina), Alexandre Santini (Brasil), Mariana Gutiérrez (Argentina), Mariana Cerdeira (Argentina), Iván Nogales (Bolívia), Mario A. Siniawski (Argentina), Pablo Montiel (Argentina), Emiliano Polcaro (Argentina), Albornoz Jose Luis (Argentina), Juan Pablo Parchuc (Argentina) y Samanta Doudtchitzky (Argentina).

Participantes GT Participação: Diego Pisini (Argentina), Maria José Castro Schüle (Argentina), Lucas Sebastián Adaro (Argentina), Hugo Vázquez (Argentina), Mariela Tulián (Argentina), Lucrecia González (Argentina),  María José Rojo (Argentina), Estefanía Lay Guerra (Perú), Wilmar Rickly (Nicarágua), María Emilia de la Iglesia (Argentina), Stella R. Giaquinto (Argentina), Daniel Granados (Espanha), Magno Ortega (Peru), Fresia Camacho (Costa Rica), Bicho Hayes (Argentina), Corina Busquiazo (Argentina), Anays Córdova Otero (Cuba), Nelson Ullauri (Equador), Melina Delano (Argentina), Ma. Gabriela Abrahaam (Argentina), Rafael Paredes Salas (México), Jose Luis Vento Montalvo (Peru), Antenor Melgarejo (Argentina), Perla N. Campuzano (Argentina), Nicolás Israel (Argentina), Andrea Barrionuevo (Argentina), Lidia Serpas (El Salvador), Marlen Argueta (El Salvador), Walter Romero (El Salvador), Cacau Arcoverde (Brasil), Alice Monteiro de Lima (Brasil), Sebastián Gerlic (Brasil), Doryan Bedoya (Guatemala).

 

 

 

 

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14

dez
2016

Em Notícias

Por IberCultura

Célio Turino: “Quando falamos de Cultura Viva falamos do inefável”

Em 14, dez 2016 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Georgina García/Puntos de Cultura

“Inefável” é aquilo que não se pode explicar com palavras. O que não se pode nomear ou descrever em razão de sua natureza, força, beleza. Foi este o adjetivo usado pelo historiador Célio Turino para definir o que unia todos os que estavam no 3º Encontro Nacional de Pontos de Cultura da Argentina e o 1º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizados em programação conjunta de 30 de novembro a 2 de dezembro no Centro Cultural San Martín, em Buenos Aires (Argentina).

“Quando falamos de Cultura Viva falamos do inefável”, afirmou Turino na conferência magistral do evento. “Assim como a companheira de Belize nos diz que pode sentir a dor e a alegria que há em um Ponto de Cultura do Brasil ou da Argentina, ainda que não os conheça, eu também posso sentir a festa em Belize sem nunca ter ido lá. E é assim em todo lugar, com nós todos. É assim porque o inefável nos une.”Um dos criadores e principais impulsores do programa Cultura Viva – lançado no Brasil em 2004 e transformado em política de Estado em 2014 –, Turino começou sua conferência no encontro falando da história da América. Um lugar para onde todos vieram, de uma forma ou de outra, atravessando o Estreito de Bering, ou pela Polinésia, ou cruzando o Oceano Atlântico.

“Este continente que cruza o planeta de norte a sul tem esta característica, as humanidades afluem para cá”, comentou. “Depois, com o processo de colonização, nos fundimos com a gente que veio, os imigrantes, os africanos. E assim nos fizemos, e assim fomos e vamos nos mesclando. Este é um continente mestiço, com uma riqueza fabulosa.”

Ao comparar a cultura a uma floresta – quanto mais diversa, mais bela –, Turino chamou a atenção para a importância da complementaridade, das fusões, dos encontros. “A cultura é o resultado da fusão entre tempo e espaço”, disse. “Quando compartilhamos nossas tradições, nossas histórias, nossa memória, vamos produzindo a cultura. E quando esta cultura é compartilhada em um território, ela se solidifica. E assim nos identificamos. É o inefável, é isso que nos define e que garante que a cultura se transporte.”

Espaço e território

Daí a ideia dos Pontos de Cultura, de sedimentar as ações no território e perceber o espaço do território como um conjunto de tradições e experiências. “Não é uma única coisa. Não podemos nos prender à ideia fundamentalista de que há uma única verdade, e sim muitas contribuições”. Ou seja, um conhecimento tradicional pode dividir o espaço com um conhecimento de vanguarda, uma experiência estética, tecnológica, e nesta fusão também está sua riqueza, sua beleza.

Turino citou como exemplos as centenas de encontros feitos no começo do programa Cultura Viva no Brasil, em que jovens fazem oficinas de software livre, de edição de vídeo, em favelas, aldeias indígenas e áreas rurais, e tanto ensinavam como aprendiam. Também recordou uma viagem que fez ao Peru e se espantou com a diversidade do milho. “Só conhecia o amarelo, e lá vi milho preto, vermelho… Mostrava as fotos para os amigos e me perguntavam: ‘É transgênico?’ Não, é inteligência coletiva, traduzida nos Andes por milhares de anos e oferecida gratuitamente às pessoas. Não tem dono.”

Urgência histórica

E que diriam os povos ancestrais, os que ajudaram a construir esta floresta diversa que é a gente da América Latina, se soubessem do conceito de desenvolvimento das sociedades ocidentais? “Quando falamos de Cultura Viva estamos falando de vida, de convivência. Claro que crescemos, que desenvolvemos e que há um ciclo em que tudo se fenece e se constrói outra coisa. O conceito de desenvolvimento das sociedades ocidentais, entretanto, é que se pode acumular, acumular, extrair, extrair… E o planeta é finito. Não há lógica em viver em um sistema que tem como base a acumulação infinita. O conceito de bem viver é o contrário disso”.

Como historiador, Célio Turino se acostumou a trabalhar com a ideia de “paciência histórica”, porque os processos são longos. “Agora temos que trabalhar com outro conceito, o de urgência histórica, porque não há mais longo prazo para a humanidade. Em 20, 30 anos, estaremos vivendo um colapso”, afirmou. “Somos ladrões de nossos filhos e netos e dos netos de nossos netos. Temos que nos reconhecer assim se queremos mudar e roubar menos dos outros”.

Cultura do encontro

Para falar da importância dos encontros, e de como os encontros podem promover mudanças, Turino pediu aos organizadores do evento uma escada. Precisava de uma durante a conferência para mostrar como a imagem criada para o 3º Encontro Nacional que aparecia no palco (vários círculos juntos, formando o número 3) tinha que ver com a ideia dos Pontos de Cultura.

“Existem pontos fechados, abertos, pequenos, grandes, com mais ou menos cor, formando esta imagem. Cada um, de uma maneira diferente, produz este processo de interseções, permitindo que um círculo se conecte com outro. Ou seja, este círculo poderia ter uma forma diferente do outro. No entanto, quando se conectan eles mudam e formam coisas, como esta imagem. Acredito que aí está a beleza dos Pontos de Cultura e da Cultura Viva”, comparou, de cima da escada.

Para o historiador, mais que uma intersecção entre Estado e sociedade civil, Cultura Viva tem a ver com “colocar o reino da vida em equilíbrio com o império dos sistemas (as leis do mercado, do Estado, das igrejas)”. Autonomia, protagonismo e empoderamento, segundo ele, seriam palavras-chave para começar as mudanças.

“Temos que construir um processo de diálogo”, ressaltou. “Se as pessoas não têm a oportunidade de falar por sua própria voz, não há diálogo. Elas têm que se sentir empoderadas para falar com o Estado. Por outro lado, o Estado tem que aprender a falar com as pessoas – inclusive porque, como dizia meu avô, o Estado tem que servir ao povo, não servir-se do povo. É necessário que um se disponha a escutar o outro, porque se me fecho na minha verdade não consigo estabelecer a cultura do encontro”.

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