Notícias
Experiências ibero-americanas de cultura comunitária estão reunidas em livro que será lançado em Mendoza
Em 10, maio 2019 | Em Notícias |
Nesta sexta-feira (10/05), na cidade de Mendoza (Argentina), será lançado o livro “Puntos de cultura viva comunitaria iberoamericana. Experiencias compartidas“. A publicação é uma parceria da Alcaldía de Medellín (Colômbia) com o programa IberCultura Viva e reúne textos escritos por representantes de governos locais e de organizações culturais comunitárias que tiveram incidência no desenvolvimento de políticas públicas locais. O lançamento será no Espaço Le Parc, das 17h30 às 19h30, dentro da programação do 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
A edição, que dá início a uma “Coleção IberCultura Viva”, é uma compilação das experiências compartilhadas pelos participantes do 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado en Quito (Equador) em novembro de 2017, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.
O 2º Encontro de Redes reuniu representantes de uma província (Entre Ríos, Argentina) e 11 municípios: Córdoba e Devoto (Argentina); Niterói (Brasil); Medellín (Colômbia); Ibarra (Equador); Zapopan e Cherán (México); La Molina e Lima (Peru); Canelones e Montevideo (Uruguai). Também participaram representantes de organizações culturais comunitárias de México, Peru, Guatemala e Costa Rica e representantes do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva.
Um grupo de trabalho (GT) foi formado nesta reunião para a articulação da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, que tem como objetivo fortalecer e fomentar o desenvolvimento de políticas culturais de base comunitária em nível local. Esta rede será formalizada (e ampliada) na próxima semana em Buenos Aires, no 3º Encontro de Redes IberCultura Viva.
A difusão das experiências, por meio de registros de boas práticas e sistematizações, é um dos eixos de trabalho deste grupo formado em Quito. Esta compilação de experiências pretende ser um espaço de encontro para incentivar mais cidades e governos locais a seguir se encontrando e se (re)conhecendo no caminho da cultura viva comunitária.
Experiências compartilhadas
Os trabalhos reunidos neste livro dão conta de experiências diversas, desenvolvidas em conjunto por Estado e sociedade civil na Ibero-América. Do Uruguai, por exemplo, fala-se de “Esquinas de la Cultura”, programa da Intendência de Montevidéu que parte do reconhecimento das expressões artísticas e culturais que já existem no território. Também está presente uma iniciativa do governo de Canelones, “Para que las ideas broten”, criada para desenvolver estratégias que favoreçam a democracia cultural, gerando âmbitos e espaços de participação popular onde a própria cidadania organizada participe da tomada de decisões.
Outros dois textos são dedicados a experiências do Peru. Uma delas, “Aprende Más – Allinta Yachay”, é um programa de alfabetização com enfoque intercultural que se desenvolve em comunidade sob a direção da Municipalidade de La Molina. A outra aborda os Pactos de Gobernabilidade construídos pelo Grupo Cultural Pukllay no distrito de Ate, em Lima.
O capítulo de Medellín, por sua vez, narra a experiência do governo com a cultura comunitária a partir das vozes de seus protagonistas, entrevistando líderes que marcaram a história local, “muito além da história de suas próprias organizações, comunidades e territorios”.
Da Argentina, a Direção de Cultura Comunitária de Córdoba lembra a importância de amplificar as vozes dos territórios que estão além do centro urbano e narra os achados de uma política que há anos busca abordar certas propostas e problemáticas dos bairros, e que tem encontrado no território muitas respostas e potencialidades para construir uma vitalidade, uma memória coletiva.
Do México, o capítulo do município de Cherán, em Michoacán, narra a história de um povoado, organizado principalmente por mulheres, que muda seu rumo e põe um freio nos abusos e maus-tratos sofridos como comunidade, iniciando assim uma nova etapa que se organiza com uma lógica comunitária de administrações comunais, em que a tomada de decisões se dá mediante o consenso da assembleia.
A compilação traz também o caso do Programa Sócio-Educativo Recuperando Consciências, da Asociación Yarä Kanic, que conseguiu, em articulação com o Estado, consolidar uma política local integral em torno do aqueduto das comunidades de Poás e do bairro Corazón de Jesús, no município de Aserrí, em San José, Costa Rica.
Para guardar
Na próxima semana, o livro “Puntos de cultura viva comunitaria iberoamericana. Experiencias compartidas” estará disponível para download na aba “Documentos” do site www.iberculturaviva.org.
O segundo volume desta “coleção Iber” será dedicado aos trabalhos selecionados na Convocatória de Textos IberCultura Viva 2016. Esta chamada pública teve como objetivo recolher experiências de organizações da sociedade civil que tenham sido colaboradoras das políticas governamentais de culturas de base comunitária e que pudessem formar uma publicação de referência na região ibero-americana.