argentina
Jornadas Preparatórias do 4º Congresso Latino-americano de CVC: planejamento coletivo e intercâmbio de experiências
As pessoas selecionadas no 1º Edital IberCultura Viva de Mobilidade 2018, com inscrições abertas até 30 de agosto, participarão das Jornadas Preparatórias do 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que serão realizadas entre 2 e 4 de novembro em Buenos Aires (Argentina).
“Trata-se de um evento de caráter continental que propusemos a partir das conclusões do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, no Equador, e que responde à necessidade de propiciar um planejamento coletivo e participativa dos próximos passos em nível regional”, explica o argentino Eduardo Balán, em carta em nome do Movimento Nacional pela Cultura Viva Comunitária.
“De fato, se tratará de um evento amplo e participativo que tentará, a partir de uma metodologia simples e respeitosa dos processos comunitários, contribuir para imaginarmos juntos as características do próximo congresso e estabelecermos os passos para que essas propostas se realizem efetivamente.”
As atividades incluirão momentos de plenária, trabalho em grupos, comissões temáticas e momentos lúdicos de participação e recreação coletiva, visitando experiências locais e espetáculos de Cultura Viva Comunitária em Buenos Aires.
Os objetivos
Balán detalha os objetivos destas jornadas:
- “Criar um âmbito de intercâmbio de experiências e saberes entre os/as representantes dos processos de construção de redes de Cultura Viva Comunitária nos distintos países, enfocando suas potencialidades, desafios e dificuldades organizativas e institucionais.
- Contribuir para a reflexão e o desenvolvimento da morfologia organizativa das redes existentes, e em especial do Movimento Latino-americano de Cultura Viva Comunitária no continente, com vistas a processos de crescente participação formal colaborativa e a partir de propostas de trabalho consensuais e realizáveis desde uma perspectiva integral e compartilhada.
- Definir em conjunto os conteúdos, as dimensões e os processos metodológicos dos debates que se darão no 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária no âmbito específico dos congressistas de redes e organizações latino-americanas.
- Estabelecer em conjunto os critérios de convocatória e seleção de participantes no âmbito dos congressistas de redes e organizações latino-americanas no 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, de maneira a propiciar um avanço qualitativo no aspecto da representação e do protagonismo dos mesmos.
- Compartilhar um âmbito de diálogo fluido e construtivo com as instâncias governamentais regionais e nacionais, em especial com aquelas que estão oferecendo apoio explícito aos processos de desenvolvimento desde a perspectiva da Cultura Viva Comunitária no continente.”
A caravana
O 4º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado de 10 a 17 de maio de 2019 na Argentina, será uma caravana que começará em Mendoza, passará por Córdoba e Paraná (Entre Ríos) e terminará no conurbano bonaerense e na capital federal. “Territórios para o bem-viver” será o tema desta edição.
Já foram realizadas três jornadas de trabalho para o planejamento do congresso: na cidade de Buenos Aires, em março; em Córdoba, em abril, e em Chacras de Coria (Mendoza), em junho. O próximo encontro está previsto para 25 e 26 de agosto em Paraná. Participam da construção da metodologia e logística do evento cerca de 200 coletivos argentinos.
O edital
Lançado em 1º de agosto, o 1º Edital IberCultura Viva de Mobilidade 2018 destinará um total de US$ 10 mil para a compra de passagens aéreas e seguro de viagem para as pessoas selecionadas. Podem participar membros de organizações culturais comunitárias e povos originários dos países integrantes do programa: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru e Uruguai. Será selecionada uma pessoa por país.
As pessoas candidatas deverão completar o formulário de inscrição e enviá-lo ao correio eletrônico rosario@iberculturaviva.org, junto com os documentos necessários para a inscrição (certificados, carta aval, etc). Deve-se enviar somente um correio com o formulário e todos os anexos.
Veja o regulamento:
1º Edital IberCultura Viva de Mobilidade 2018
ANEXO 01- Formulário de inscrição
Cultura de Bairro, programa da Municipalidade de Córdoba, elege seus projetos para 2018
Em 31, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura
No último dia 24, a Municipalidade de Córdoba, na Argentina, deu a conhecer os projetos selecionados pelo programa Cultura de Bairro, edição 2018. Apresentaram-se a este edital, promovido no mês de abril, 79 projetos. Desse total, foram selecionados 24.
Cada um dos 24 projetos escolhidos receberá 25.000 pesos argentinos para seu desenvolvimento. Quatro desses 24 projetos foram propostos por jovens que completaram o Curso de Promotores Culturais Comunitários em 2017, dando continuidade e profundidade às ferramentas oferecidas e acompanhando sua prática com este novo apoio do Cultura de Bairro.
O júri foi integrado por Andrés Oviedo, representando a Universidade de Córdoba; Lucrecia González, pela Secretaria de Cultura da Municipalidade de Córdoba; Diego Benhabib e Rodrigo Dacomo, pelo Ministério de Cultura da Argentina; e Mariángeles Fernández, representando o âmbito cultural independente.
O programa
Cultura de Bairro propõe o fortalecimento de projetos culturais impulsionados por organizações de base que promovem o acesso à cultura, a participação cidadã e o trabalho em rede para a resolução de problemas atravessados pelos territórios.
O programa surge como resposta a necessidades específicas de numerosas organizações e referências culturais de bairros que vêm realizando diversos projetos nascidos nas próprias comunidades, de maneira independente e com dificuldades para sustentá-los no tempo em virtude das limitações econômicas.
Nesse sentido, o município soma uma modalidade de apoio que modifica o paradigma habitual de o Estado propor algo para os vizinhos; dando lugar a projetos que surgem das organizações e instituições de base, verdadeiros protagonistas e conhecedores do território.
Os projetos selecionados
- Ludoteca Caleidoscopio – Grupo de Teatro Comunitario Orilleros de la Cañada
- La radio va a la escuela – Radio Comunitaria La Rimbombante 104.9
- ¡Viva la plaza! Un espacio creado por todos – Ingeniería Sin Fronteras
- Te baila la vida, mujeres que viven – Mujeres Pa –Lante
- Narrativas disidentes, o sobre cómo ocupar la escena local desde la fotografía trans – Casa Trans Córdoba / Enfoca
- Utopizándonos – Fundación Casa Hola Mundo
- Reconstruyendo nuestra historia -Centro Cultural Villa El Libertador
- Merodeando un museo – Sociopedagogas en Acción
- Voces de barrio – Asociación Civil Casa Macuca (Aulitas Macuca)
- Producción literaria barrial – Colectivo literario “Jeta Brava”
- Orquestra El Chingolo – Casa Macuca Barrio Chingolo
- El bajo templa candombe – Asociación Civil Un Nuevo Comienzo / Centro Comunitario “El Chapón”
- Colectivo Muralista Lxs Wachxs del Trope – Colectivo Muralista Lxs Wachxs del Trope
- Identidad cultural y promoción de derechos. Un proceso participativo con mujeres migrantes y cordobesas – Grupo Intercultural de Mujeres Migrantes y Cordobesas “Concretando Sueños”
- Circo Danzante. Como danza la esperanza – Circo Danzante
- Teatro las Violetas – Batucada La Cuadra
- Voces del barrio – Escuelita Parque Las Rosas
- Huerta laboratorio – Red Villa 9 de Julio
- Voces libres. Una experiencia de radio abierta y feria comunitaria – Grupo de Mujeres de Barrio El Quebracho
- Biblioteca y mediateca comunitaria para niñxs: cultura y educación para infancias dignas – Frente Juvenil Hagamos Lo Imposible
- Proyecto colectivo Yuraq Rumi – Fundación Gracia
- Recrearte en clave sonora – Cooperativa de Carreros de Villa Urquiza
- Mujarte – Libertarte – Mesa de Gestión Marqués Anexo / Red de Mediadores Literarios “Vaivén”
- Activando contra la violencia – Mujeres Activando
- Taller de música Barrio 9 de Julio – Taller de Música de Barrio 9 de Julio
- Despertando el artista interior – Merendero “Nueva Esperanza” / Organización “De corazón sin igual”
- Murga – La Casa del Vecino
- Hilos de memoria. Tramas colectivas – Biblioteca Popular Nelly Ruiz de Llorens
- Armá tu bici, amá tu barrio – Taller Popular de Ciclomecánica Suipacha
(*Texto e fotos publicados originalmente no portal da Municipalidade de Córdoba)
Leia também:
“Cultura de Barrio” eligió sus proyectos para 2018
Pontos de Cultura da Argentina se reúnem para debater os alcances dos projetos comunitários
Em 02, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura
Fotos: Flor Pinto/Puntos de Cultura
Na última sexta-feira, 27 de abril, foi realizada na Argentina uma jornada de debate e capacitação para Pontos de Cultura e organizações culturais de base comunitária no auditório da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso), na cidade de Buenos Aires. Cerca de 50 pessoas participaram das discussões sobre as estratégias de comunicação em projetos culturais comunitários, os impactos, alcances e limitações do setor no país.
A atividade, realizada pelo programa Puntos de Cultura com o apoio de IberCultura Viva, foi uma solicitação da Escola de Cultura Comunitária (ECC), lançada pelo Ministério de Cultura da Argentina dentro do trabalho que vem sendo desenvolvido para a formação e capacitação em torno da gestão cultural pública.
Esta foi a primeira das três jornadas de capacitação de Pontos de Cultura previstas para o ano de 2018, dentro das atividades de formação do IberCultura Viva. Entre seus objetivos estavam o propiciar um espaço de diálogo e intercâmbio para as distintas experiências de comunicação comunitária; armar uma mostra de produções audiovisuais; gerar uma mesa de debate em torno do impacto e da medição do trabalho comunitário, e construir indicadores e eixos para sistematizar e aprofundar o tema proposto.
A mesa de debate
A jornada começou pela manhã, com uma mesa de debate moderada por Diego Benhabib, coordenador de Pontos de Cultura da Argentina. Também estavam presentes Juan Manuel Díaz, Belén Igarzábal e Gabriela Fiochetta.
Juan Manuel Díaz forma parte da equipe de Pontos de Cultura e desde o ano 2002 é integrante do Coletivo de Comunicação Popular Abriendo Caminos / La Comunitaria TV. No âmbito do Ministério da Cultura, desde 2006 realiza oficinas em distintos bairros e escolas da Argentina, onde os jovens produzem conteúdos que ajudam a construir olhares e mostrar seu território.
Belén Igarzábal é diretora da Área Comunicação e Cultura da FLACSO – Sede Argentina, coordenadora acadêmica da pós-graduação “Gestão cultural e comunicação” e diretora das pós-graduações “Políticas Culturais de Base Comunitária” e “Educação, Imagens e Meios”. Atualmente, participa de uma equipe de pesquisa sobre meios, audiências e TIC (tecnologia de informação e comunicação). Também é professora na Universidade de San Andrés.
Gabriela Fiochetta é atriz e comunicadora. Forma parte do multi-meio comunitário La Mosquitera, uma organização que faz comunicação popular há 17 años na província de Mendoza e que foi escolhida como responsável provincial da Rede Nacional de Pontos de Cultura e é membro da Comissão Nacional de Pontos de Cultura.
A roda de conversa
À tarde foi a vez de uma roda de conversa sobre impacto e medição do trabalho comunitário. Participaram deste espaço Gerardo Sánchez, diretor do SInCA (Sistema de Información Cultural de la Argentina), junto com parte de sua equipe, Federico Catalano e Mariana Kunst, compartilhando o informe sobre a Pesquisa Nacional de Consumos Culturais e alguns dados sobre cultura comunitária.
Também participou Emiliano Fuentes Firmani, secretário executivo da Unidade Técnica de IberCultura Viva, que trouxe uma mirada sobre a necessidade de construir análises sobre o impacto das práticas territoriais da cultura comunitária. Quem moderou este espaço foi Rosario Lucesole, consultora de projetos do IberCultura Viva e integrante da equipe do programa Pontos de Cultura na Argentina, que aportou algunos eixos gerais abordados na “Análisis de Impacto del programa Puntos de Cultura en territorio” (2015).
Programa Cultura de Bairro abre convocatória para organizações da cidade de Córdoba, na Argentina
Em 05, abr 2018 | Em Notícias | Por IberCultura
Organizações da cidade de Córdoba (Argentina) interessadas em desenvolver projetos culturais em seus territórios durante o ano de 2018 têm até o dia 30 de abril para apresentar suas propostas à convocatória do programa Cultura de Bairro.
O objetivo central deste programa é fortalecer projetos culturais impulsados por organizações de base que promovam o acesso à cultura, a participação cidadã e o trabalho em rede para a resolução da complexidade de problemas que atravessam os territórios.
Serão selecionados até 24 projetos, que receberão $ 25.000 (pesos argentinos) cada. Haverá uma cota especial de quatro projetos beneficiados apresentados por jovens que completaram o Curso de Promotores Culturais Comunitários em 2017.
Poderão participar organizações de qualquer tipo, com o sem personalidade jurídica, como centros de vizinhos, centros culturais, bibliotecas populares, clubes esportivos e sociais, rádios comunitárias, entre outras.
Está prevista uma instância de capacitação em formulação de projetos culturais para as entidades barriais que queiram participar da convocatória. A capacitação será no sábado, 7 de abril, às 10h, no Auditório do Cineclube Municipal (Bv. San Juan 49), com entrada livre e gratuita, sem inscrição prévia.
O programa
Cultura de Bairro surge como uma resposta a necessidades específicas de numerosas organizações e referências culturais de bairro que vêm desenvolvendo diversos projetos nascidos das próprias comunidades, de maneira independente e com dificuldades para sustentá-los no tempo, em virtude das limitações econômicas.
Neste sentido, a Municipalidade de Córdoba soma esta modalidade de apoio, que modifica o paradigma habitual de propor — do Estado para os vizinhos –, dando lugar a projetos que surgem a partir das organizações e instituições de base, verdadeiros protagonistas e conhecedores do território.
Confira as bases e condições do Cultura de Bairro 2018: https://cultura.cordoba.gob.ar/convocatorias/cultura-barrio-2018/
Mais de 200 pessoas participam do 4º Encontro Provincial de Cultura Viva Comunitária de Entre Rios, na Argentina
Em 02, mar 2018 | Em Notícias | Por IberCultura
O 4° Encontro Provincial de Cultura Viva Comunitária de Entre Ríos foi realizado nos dias 24 e 25 de fevereiro, no município de Victoria (Entre Ríos, Argentina), com a presença de diversas organizações culturais e organismos oficiais. A Secretaria de Turismo e Cultura de Entre Ríos acompanhou e participou do encontro para consolidar redes e articular com diferentes setores culturais. Dentro desta Secretaria, está a Direção de Formação e Diversidade Cultural, que integra o Grupo de Trabalho de Governos Locais do Programa Ibercultura Viva.
A Cultura Viva Comunitária foi o marco para que mais de 200 pessoas, representando cerca de 130 organizações da cultura comunitária e áreas estatais se reunissem durante dois dias para debater as necessidades e os desafios da Cultura Comunitária em Entre Ríos. Entre os presentes estavam Diego Benhabib, coordenador dos Pontos de Cultura da Argentina e ponto focal do IberCultura Viva na Argentina, e Rosario Lucesole, consultora de projetos do programa. Cabe destacar que também participaram da iniciativa organizações de Santa Fé.
O encontro foi a expressão da diversidade, já que se reuniram muitos coletivos para desenhar e projetar políticas culturais em comum. Segundo as conclusões, no futuro observam-se linhas de trabalho importantes para o desenvolvimento cultural na articulação com distintos setores.
Entre as várias conversas sobre a importância e os desafios da Cultura Comunitária, nas quais participaram referências nacionais e provinciais do Movimento de Cultura Viva Comunitária —como María Emilia De la Iglesia, Alberto Ingold e Soledad Ferrería–, foi realizado um debate entre as organizações a respeito de temas relacionados a gestão e organização cultural. Carolina Gaillard, secretária de Turismo e Cultura de Entre Ríos, e Federico Prieto, diretor de Formação e Diversidade Cultural de Entre Ríos, escutaram as demandas e inquietudes das organizações e se comprometeram a acompanhar um projeto de lei de Cultura Comunitária que surja a partir do movimento.
“É importante que desde o governo possamos garantir certas estruturas para que os fazedores culturais possam levar adiante suas tarefas e objetivos. Assim como dar acompanhamento aos processos culturais que tentam transformar as realidades territoriais e sociais é uma das missões da Secretaria de Turismo e Cultura”, comentou Prieto.
O Encontro de Cultura Viva também saiu às ruas de Victoria para compartilhar com a comunidade. Depois de oficinas, fóruns e plenárias, também foram realizadas intervenções artísticas, rádio abierta e “llamada” de tambores no Balneário Municipal, com o objetivo de apresentar as experiências comunitárias que se dão em diferentes cidades da província.
Texto: Dirección de Formación y Diversidad Cultural de Entre Ríos
Fotos: Movimiento Cultura Viva Comunitaria ER
A potência do coletivo: Encontro de Redes de Culturas Comunitárias da Argentina
Em 18, set 2017 | Em Notícias | Por IberCultura
Texto: María Emília de la Iglesia*
Fotos e videos: Cooperativa La Comunitaria
Nos dias 9, 10 e 11 de setembro de 2017, organizações argentinas independentes e autogeridas puderam se encontrar e trabalhar em articulações concretas para consolidar e ampliar o movimento nacional de culturas vivas comunitárias a partir das práticas.
O Encontro Nacional de Redes de Culturas Comunitárias funcionou como baliza na construção cultural comunitária da Argentina. Durante três dias de debate e intercâmbios, reuniu mais de 90 organizações culturais comunitárias de 15 redes nacionais, locais e regionais de 18 províncias, com mais de 400 participantes que se encontraram em América, distrito de Rivadavia, uma zona rural da província de Buenos Aires, no limite com a província de La Pampa, a 550 km da capital federal.
A Cooperativa “La Comunitaria” foi a organização anfitriã deste encontro, que contou com o apoio de diversos programas de governo, como Ibercultura Viva, Programa Puntos de Cultura e Municipalidade de Rivadavia, além do apoio de instituições como escolas públicas da cidade, clubes, cooperativa elétrica e comércios locais, e também com recursos de organizações culturais comunitárias como Culebrón Timbal, Fundación Che Pibe, e organizações que financiaram os próprios traslados e estadias.
Foram três dias em que primaram a construção, a confiança e o intercâmbio. A abertura foi realizada ao ritmo da América Latina com Los Pequeños Grandes Músicos. Depois dos agradecimentos por parte de La Comunitaria, redes históricas do movimento de Cultura Viva compartilharam com as novas redes e grupos a história desta construção continental que tem como protagonistas 17 países da América Latina.
Participaram da mesa de abertura Ricardo Talento, da Red Nacional de Teatro Comunitario; Pablo Antonini, presidente da Federación Argentina de Radios Comunitarias (FARCO); Carla Delzart, da Red Nacional de Murgas; Silvia Bove, pela Red de Cultura Viva de Chacras de Coria; Alexandre Santini, um dos integrantes do movimento latino-americano de CVC do Brasil, e María Emilia de la Iglesia, pela Cooperativa La Comunitaria, expondo os objetivos do encontro.
Sob um persistente chuvisco, 400 almas dirigidas por Chilly Ruiz cantamos “Razón de vivir”, de Víctor Heredia. “Não somos o papel picado na festa dos ricos, viemos construir conhecimento”, disse Cristina Terzaghi, em relação a como concebe a articulação entre universidade, povo e arte pública, dando assim por inaugurado um imponente mural na sede de “La Comunitaria”, chamado “A potência do coletivo”, realizado pela APIM (Área de Práctica e investigación Mural) da Faculdade de Belas Artes da Universidade Nacional de La Plata, espaço que Terzaghi coordena.
À tarde se apresentou a Murga Tirados a la Marchanta de Trenque Laúquen, que exigiu em seus versos a aparição com vida de Santiago Maldonado, reclamo que teve eco em todos os presentes. A cosmovisão dos povos originários esteve neste encontro com a presença da comunidade Toba QOM, Ranquel, Mapuche e Huarpes. Os círculos de articulação e debate se deram em torno a sete núcleos temáticos, atravessados por um mesmo eixo, “Ser comunitário”: Arte e Transformação social; Economias Sociais, Populares e Colaborativas; Educação e Criação; Comunicação; Gestão, Autogestão e Criatividade; Cultura, Políticas Públicas, Legislação e Democracia Participativa; Meio Ambiente e Natureza. “Les Merequetengues”, de Hurlingham, apresentaram sua obra teatral comunitária, que em estilo grotesco narra a relação dos criollos e ingleses na fundação da cidade.
À noite se realizou um festival comunitário com expressões culturais muito variadas, a partir de tambores africanos (Toques y Tumbas) que iniciaram a celebração chamando o “Quilombo” (lugares de organização, liberdade e resistência dos povos africanos). Em seguida vieram a Agrupación Alborada, com o selo da dança folclórica local, a voz dos jovens e suas novas formas e tomada da palavra com Amuleto Squad (hip hop), a voz e o violão de Juan Ignacio López (Hurlingam), o malambo de mulheres da Academia Poncho Negro, mostrando desde uma perspectiva de gênero que se pode questionar também o status quo e o machismo nas tradições. Los Pala Bombos realizaram uma caravana de bumbos legüeros integrando ao ritmo da chacarera uns 20 tocadores de bumbo de todas as gerações e condições sociais.
Com a presença de mais de 500 pessoas, a noite foi encerrada pelo grupo de General Pico, La Pampa “Los Tinku” (o significado da palavra quechua “tinkuy” é “encontrar-se”). A emoção dos presentes demonstrava que eles estavam vivendo um verdadeiro encontro com esta mescla de ritmos, vozes, mãos e abraços, coroando com muita força o primeiro dia.
A manhã de domingo (10) despertou com uma chuva torrencial que não impediu os presentes de debater em torno de intercâmbios possíveis entre os grupos, linhas de trabalho concreto, gerando cruzamentos reais entre os participantes para construir o “depois do encontro”.
Passado o meio-dia, foi servido um churrasco comunitário, mais de 300kg de carne foram assados pelos organizadores, desafiando o clima. À tarde, depois das conclusões dos grupos, as organizações expuseram objetivos significativos de seus grupos. Na cerimônia, uma companheira da Comunidade QOM Toba cantou umas coplas em sua língua relacionadas ao amor entre os presentes e como a rede se alimenta desse amor. A jornada continuou com oficinas de formação em: lúdica, gênero e brincadeiras na dimensão das culturas; produção musical, danza colectiva, introdução ao desenho e gestão de projetos.
À noite os espetáculos trasladaram-se ao Cine Teatro da cidade, onde foi apresentado Fuera de Foko Crew (Crear Vale la Pena), um impressionante espetáculo de dança, hip hop, em que são narradas as violências vividas nos bairros e vilas, em contraste com a potência da criatividade juvenil e feminina para gerar outras narrativas nestes mesmos territórios. Também se apresentou a obra de La Comunitaria “Se cayó el sistema, disculpe las molestias” (“Caiu o sistema, desculpe o incômodo”), com 60 vizinhos atores em cena, aplaudidos de pé por mais de 500 pessoas presentes na sala. Finalmente, a noite mágica de domingo foi encerrada com Pampa Afro, grupo de dança e percussão africana.
No último dia do encontro os participantes se dividiram em quatro circuitos paralelos:
Um grande grupo ficou em América e participou da Reunião Preparatória do 3º Congresso Latino-americano, que será realizado em novembro no Equador. Nesta reunião, Eduardo Balán, do Culebrón Timbal; Diego Benhabib, representando a presidência do programa IberCultura Viva, e Alexandre Santini, pelo movimento de cultura viva brasileira, deram informação geral do encontro e falaram sobre apoios concretos ao Congresso a partir dos Estados. Depois todos os presentes passaram a trabalhar em conjunto sobre o documento e os mandatos que a caravana argentina levaria ao Equador. À tarde veio o espetáculo da companhia Sin Rueditas de Saladillo, província de Buenos Aires.
Ao mesmo tempo, na cidade de General Pico, La Pampa (90km distante de América), percorreu-se a experiência do MTE, conhecendo sua horta, a bloquera (máquina que fabrica blocos de cimento) e a fábrica têxtil, o Centro Cultural Carlos Berg, e compartilhando oficinas de La Comunitaria e uma obra teatral de Carlos Tejedor.
Enquanto isso, no povoado de González Moreno, com 2.000 habitantes, a uns 55km de América, era a vez da oficina de lúdica a cargo de Convocados por Lúdica de La Plata, de uma obra teatral do Grupo Globos Rojos de Pehuajó, além das oficinas de ofícios de La Comunitaria e do Centro Cultural Sobrerrieles.
No último percurso, a 20km da cidade-sede do encontro, o grupo se dirigiu ao povoado de Fortín Olavarría, de 1.300 habitantes, onde a Compañía Titiritezca de Villa Fiorito apresentou “Carlitos Pescador” para as crianças, e Clelia Andrada deu uma oficina de teatro de bonecos, além de oficinas de carpintaria, ferraria e outros espaços de La Comunitaria.
Um monte de gente começava a ensaiar a retirada em um sem-fim de abraços. Ao ritmo de chacareras santiagueñas, salteñas e riojanas, e com uma merenda, esperou-se a concentração final para compartilhar as conclusões do Encontro Nacional de Redes de Culturas Comunitárias, num daqueles momentos em que custa despedir-se pela potência do vivido…onde brotam as emoções.
A bandeira imensa que durante o encuentro foi transformada pelas organizações presentes em um mapa da Argentina marca o rumo…de tudo o que resta por fazer juntos como movimento nacional e de como levar toda esta potência coletiva vivenciada estes dias ao Equador, de 20 a 25 de novembro, para construir com os hermanos latino-americanos o destino do Movimento Continental de Cultura Viva Comunitária.
*María Emilia de la Iglesia é integrante da Cooperativa La Comunitaria, organização anfitriã do encontro.
Grupos de trabalho do Encontro de Redes: as recomendações e os eixos inspiradores
Em 20, dez 2016 | Em Notícias | Por IberCultura
Fotos: Georgina García/Puntos de Cultura
O 1° Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado de 30 de novembro a 2 de dezembro no Centro Cultural San Martín, em Buenos Aires (Argentina), contou com três grupos de trabalho formados por pesquisadores, representantes de governos e organizações sociais que desenvolvem políticas culturais de base comunitária em 17 países ibero-americanos.
Durante três dias, os participantes se dividiram nas seguintes mesas temáticas: “Participação social e cooperação cultural”, “Legislação para as políticas culturais de base comunitária” e “Formação em políticas culturais de base comunitária e construção de mapas e indicadores”. As atividades foram realizadas de maneira simultânea às exposições, rodas de conversa e fóruns do 3º Encontro Nacional de Pontos de Cultura, organizado pelo Ministério de Cultura da Argentina.
Legislação
A coordenação do grupo “Legislação para as políticas culturais de base comunitária” esteve a cargo de Daniel Castro, coordenador-geral de Promoção da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura do Brasil e representante da presidência do IberCultura Viva. Com 11 integrantes, provenientes de Peru, Costa Rica, Uruguai, Brasil, Argentina e México, esta mesa de trabalho abordou os avanços no campo legislativo e jurídico-administrativo, e buscou estimular a criação e o aperfeiçoamento de normas que fortaleçam as políticas públicas da área.
No primeiro dia, Paloma Carpio, coordenadora do Programa Puntos de Cultura no Peru entre 2012 e 2015, apresentou a experiência da Lei de Promoção dos Pontos de Cultura, promulgada em seu país em julho de 2016. No segundo dia, Daniel Castro falou da Lei 13.018/2014, que instituiu a política nacional de Cultura Viva no Brasil, e mudou a legislação para as organizações culturais, definindo uma prestação de contas específica para os Pontos de Cultura. As exposições contaram com intervenções, contrapontos e comparações com os outros países representados no grupo.
“No Brasil, até 2014 toda a legislação de convênios entre o governo federal e estadual era a mesma para os projetos culturais em sociedade com organizações comunitárias sem fins lucrativos. Ou seja, a mesma burocracia para quem ia construir uma estrada ou fazer uma oficina de capoeira”, comentou Daniel Castro. Ele também destacou temas como a busca de equilíbrio entre controle e flexibilização e a necessidade de enfocar os resultados, as entregas para a população, buscando corrigir o enfoque excessivamente centrado na prestação de contas financeira.
No terceiro e último dia foi elaborado um documento final com 10 recomendações, tendo em conta que as realidades dos países são distintas e que a participação cidadã ainda é um longo caminho por percorrer para que a legislação se faça de baixo para cima.
Uma das recomendações foi a de que o processo de construção da legislação deve promover a participação da sociedade civil, contemplando os povos, comunidades, grupos e agentes culturais, respeitando suas especificidades socioculturais. O grupo considerou crucial “gerar pontes de diálogo e estabelecer alianças com os diferentes setores envolvidos no processo de criação, tramitação, aprovação e implementação das leis”.
Sugeriu-se a realização de audiências públicas no Congresso e em espaços comunitários para discutir a criação e a implementação das leis. Também se ressaltou a importância da criação, a partir dos Estados, de espaços de diálogo baseados na corresponsabilidade, para estabelecer mecanismos de fiscalização e acompanhamento mais eficazes, transparentes e pertinentes.
Formação, mapas e indicadores
Um segundo grupo tratou de dois temas durante os três dias de trabalho: “Formação em políticas culturais de base comunitária” e “Construção de mapas e indicadores”. A mediação ficou por conta de Alexander Córdova, coordenador do programa Puntos de Cultura da Secretaria de Cultura da Presidência de El Salvador, que orientou a definição de eixos inspiradores para um programa de formação e recomendações para a construção de mapas e indicadores na área.
O grande objetivo deste grupo foi trazer insumos para ajudar o programa IberCultura Viva a desenvolver a linha de formação prevista em seu planejamento. “Esta linha de formação tem como objetivo principal poder ajudar a consolidar a Cultura Viva como noção de política de base comunitária. Os Pontos de Cultura são a primeira política cultural regional que temos, estão em cinco países, mas em termos teóricos, acadêmicos, não há tanta pesquisa sobre o tema”, justificou Emiliano Fuentes Firmani, secretário executivo da Unidade Técnica do programa IberCultura Viva.
A ideia, segundo ele, seria impulsionar ações para que os países membros possam associar-se com instituições de formação para desenvolver linhas de formação para gestores comunitários, e que depois de um tempo de trabalho se possa apresentar uma proposta de formação de referência internacional em políticas culturais de base comunitária.
Participaram do grupo 27 pessoas, provenientes de 11 países: Argentina, Brasil, Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Honduras, Peru e Uruguai. “Foi uma mesa muito generosa, com muita participação dos países”, afirmou o coordenador salvadorenho. Alguns deles, como o brasileiro Leonardo Germani e a uruguaia Mayte Loyarte, fizeram apresentações de projetos em que estão trabalhando para a construção de mapas e indicadores culturais.
Germani, por exemplo, falou dos Mapas Culturais, uma experiência em software livre que começou no Brasil e agora também é desenvolvido no Uruguai. “Trata-se de uma plataforma de mapeamento, uma plataforma digital de gestão cultural participativa, para fazer um espaço público de verdade, não do governo. É público no sentido que o governo faz parte, ajuda a manter, mas é algo que se pode fazer da sociedade civil também”, explicou.
Depois de três dias de debates, o grupo definiu alguns eixos inspiradores para um programa de formação em política cultural de base comunitária. Considerar um marco comum que reconheça e valorize as diversidades culturais (gênero, sexual, linguística, territorial, socioeconômica, identitária e histórica); integrar a dimensão emocional na aprendizagem retomando as propostas de uma pedagogia alternativa a partir do vivencial, e integrar os saberes e a troca de experiências institucionais e populares, garantindo os direitos culturais, foram alguns dos pontos levantados.
Também se ressaltou a importância de considerar a construção coletiva (governo-comunidade) nos processos de formação; documentar e sistematizar as experiências sobre as diversas práticas culturais comunitárias; considerar a experiência e os aportes do movimento latino-americano de Cultura Viva Comunitária; facilitar o reconhecimento dos processos de aprendizagens das organizações, e avançar em direção a um mapeamento das experiências de formação comunitárias na Ibero-América.
Entre as recomendações para a construção de mapas e indicadores estava a de promover plataformas digitais que propiciem a gestão do conhecimento e a comunicação dos processos voltados para as expressões das culturas comunitárias. E que o desenvolvimento de mapas e plataformas de informação cultural se realize com ferramentas de código abierto e de criação coletiva, tendo em conta as experiências existentes. Também se sugeriu a cooperação entre países para ampliar informações regionais que enriqueçam os processos, projetos e políticas gestadas nas – e a partir das – dinâmicas culturais comunitárias.
Participação e cooperação
Coordenado por Fresia Camacho, diretora de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica, o grupo “Participação social e cooperação cultural” reuniu mais de 30 pessoas de Argentina, Brasil, Bolívia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Uruguai.
“Formou-se um grupo maravilhoso, com um trabalho muito comprometido e muito intenso”, comentou Fresia sobre a mesa que tinha como objetivo, além do intercâmbio de experiências, avançar na construção de uma mesa intersetorial da sociedade civil para o acompanhamento do programa IberCultura Viva.
No encerramento do evento, no Galpão do Catalinas Sur, Daniel Granados, da Prefeitura de Barcelona (Espanha), leu os seis pontos que o grupo levantou para análise do contexto: a) a conjuntura internacional (“incerta”, inclusive pelo novo ciclo político aberto nos Estados Unidos); b) a conjuntura histórica (o que a cultura comunitária tem representado para a reconstrução simbólica na América Latina); c) a transversalidade geracional; d) “cultura e mãe natureza, ecossistemas sustentáveis”; e) “pós-colonialismo, feminização e cultura dos afetos”, e f) “marco comum: conceitual, jurídico e democrático”.
Em seguida, Rafael Paredes, da organização Abarrotera Mexicana, falou de alguns enfoques conceituais e aportes da Cultura Viva Comunitária para a transformação das políticas culturais de base. Ressaltou como grandes contribuições o fortalecimento dos movimentos, “reforçando sua autonomia e protagonismo”, a construção de “argumentos próprios a partir de narrativas e poéticas alternativas à ideia de cultura e desenvolvimento”, a promoção de “espaços de diálogo democráticos”.
O grupo recomendou que se assegure a natureza participativa das políticas continentais, nacionais e locais. Que se fortaleça a participação social através da constituição de mesas de trabalho em nível nacional e que os governos federais convoquem a participação de organizações comunitárias, instituições culturais e educativas e dependências governamentais de diferentes níveis de governo. A forma de integrar as mesas será determinada em função do contexto de cada país.
Outras recomendações: propiciar a adesão de governos estaduais e municipais ao programa; propor outras formas de adesão dos países ibero-americanos (“que uma cota anual não seja um critério excludente ou a única maneira de aportar ao fortalecimento do programa”); valorizar as boas práticas que cada país tem em matéria de política cultural comunitária, e criar um fórum virtual permanente que permita que as organizações contribuam para a implementação do programa.
Esta mesa também trabalhou sobre a importância de financiamento, porque , como ressaltou Fresia Camacho no ato de encerramento, “não se trata só de financiar fundos para as organizações, e sim para os espaços de encontro, imprescindíveis para a democratização e o exercício da cidadania”.
Outro tema abordado foi a necessidade de certificar boas práticas de políticas de cultura comunitária, tanto locais como nacionais, “de modo que IberCultura Viva se converta em um palanque que permita o avanço das políticas culturais de base comunitária, respeitando os princípios de autonomia, empoderamento e protagonismo das organizações e das comunidades”.
Leia os documentos finais de cada grupo:
Participação social e cooperação cultural
Legislação para as políticas culturais de base comunitária
Formação em políticas culturais de base comunitária e construção de mapas e indicadores
Participantes GT Legislação: Daniel Castro (Brasil), Fabiola Figueroa (Peru), Paloma Carpio (Peru), Matilde Gómez Bolaños (Costa Rica), Lucrecia Sancho (Costa Rica), Gabriela Mora (Costa Rica), Yesenia Muñoz (México), Begoña Ojeda (Uruguai), Andrea Hanna (Argentina), Franco Morán (Argentina) y Abi Ribot (Argentina)
Participantes GT Formação: Luis Antonio de Oliveira (Brasil), Leonardo Barbosa Germani (Brasil), Roberto Guerra (Chile), Carolina Picado Pomarth (Costa Rica), Itziar Rubio Barrera (Peru), Mayte Loyarte (Uruguai), Claudia María Graciela Orantes Córdova (Belize), Caridad Cardona Aguilar (Honduras), Sandra Liliana Oquendo David (Colombia), Mario Lima Brasil (Brasil), Germán Alexander Cordova Pineda (El Salvador), Patricia Rivera Ritter (Chile), Vera Vargas (Costa Rica), Antía Vilela Díaz (Brasil), Ronnzo Rojas Rupay (Perú), Franco Rizzi (Argentina), Mariana Aparicio (Argentina), Alexandre Santini (Brasil), Mariana Gutiérrez (Argentina), Mariana Cerdeira (Argentina), Iván Nogales (Bolívia), Mario A. Siniawski (Argentina), Pablo Montiel (Argentina), Emiliano Polcaro (Argentina), Albornoz Jose Luis (Argentina), Juan Pablo Parchuc (Argentina) y Samanta Doudtchitzky (Argentina).
Participantes GT Participação: Diego Pisini (Argentina), Maria José Castro Schüle (Argentina), Lucas Sebastián Adaro (Argentina), Hugo Vázquez (Argentina), Mariela Tulián (Argentina), Lucrecia González (Argentina), María José Rojo (Argentina), Estefanía Lay Guerra (Perú), Wilmar Rickly (Nicarágua), María Emilia de la Iglesia (Argentina), Stella R. Giaquinto (Argentina), Daniel Granados (Espanha), Magno Ortega (Peru), Fresia Camacho (Costa Rica), Bicho Hayes (Argentina), Corina Busquiazo (Argentina), Anays Córdova Otero (Cuba), Nelson Ullauri (Equador), Melina Delano (Argentina), Ma. Gabriela Abrahaam (Argentina), Rafael Paredes Salas (México), Jose Luis Vento Montalvo (Peru), Antenor Melgarejo (Argentina), Perla N. Campuzano (Argentina), Nicolás Israel (Argentina), Andrea Barrionuevo (Argentina), Lidia Serpas (El Salvador), Marlen Argueta (El Salvador), Walter Romero (El Salvador), Cacau Arcoverde (Brasil), Alice Monteiro de Lima (Brasil), Sebastián Gerlic (Brasil), Doryan Bedoya (Guatemala).
Encontro de Pontos de Cultura da Argentina reunirá referências da cultura comunitária
Em 17, nov 2016 | Em Notícias | Por IberCultura
O 3º Encontro Nacional de Pontos de Cultura de Argentina será realizado no Centro Cultural San Martín (Sarmiento, 1551, Buenos Aires) de 30 de novembro a 2 de dezembro. Serão três dias de conferências, capacitações, oficinas, fóruns regionais e de redes, grupos de trabalho temáticos, mostras de produções artísticas e espetáculos.
As atividades buscam consolidar o trabalho de articulação dos Pontos de Cultura, e propor espaços de formação e reflexão acerca das práticas das organizações de cultura comunitária e da gestão cultural. Na Argentina, a Rede Nacional de Pontos de Cultura conta com 650 organizações, que se dedicam a potenciar o desenvolvimento artístico, comunicacional, produtivo e a valorização da identidade local.
Durante o encontro também será realizado o 1º Encontro de Redes IberCultura Viva, com a presença de mais de 30 convidados de 17 países ibero-americanos.
Primeiro dia
A programação começa na quarta-feira, 30 de novembro, às 9h, com uma apresentação sobre políticas de cultura viva comunitária e o Programa Pontos de Cultura. Para as 11h30 está prevista uma conferência do historiador Célio Turino, um dos impulsores do programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura no Brasil.
Das 14h30 às 17h, a programação está destinada a representantes de Pontos de Cultura que busquem desenvolver estratégias de fortalecimento para seus projetos comunitários. As oficinas são simultâneos, em espaços distintos, e abordam as seguintes temáticas: “Gestão cultural das organizações”, “Como gestar a personalidade jurídica”, “Apresentação de projetos culturais”, “Registro audiovisual”, “Sistematização de experiências comunitárias” e “Como armar sua oficina de Entrelaçando Experiências”. (Entrelaçando Experiências é uma iniciativa dos Pontos de Cultura para o intercâmbio de saberes)
Das 17h30 às 20h haverá duas oficinas de economia colaborativa e sobre a metodologia do Museu da Pessoa, e conversas sobre “A relação com o Estado e a autodeclaração como Ponto de Cultura” e “Qual é o impacto de nosso trabalho?”, além de espetáculos e mostra de produções dos Pontos.
Segundo dia
A quinta-feira, 1º de dezembro, começa com as seguintes mesas de exposições das 9h às 11h: “Cultura, território e desenvolvimento”, “Movimento de Cultura Viva Comunitária”, “Cultura e participação cidadã”, “Identidades, saberes comunitários e diversidade cultural”, “Cultura e comunicação”, “Descolonização e despatriarcalização”, “Arte e transformação social”, “Cultura e economia social” e “Direitos culturais”.
Às 11h30 serão abertos os fóruns, com uma apresentação sobre a experiência da Comissão Nacional de Pontos de Cultura no Brasil e a metodologia do trabalho em rede. Em seguida vêm os fóruns regionais e os fóruns temáticos, a partir das 14h30: “Coletivos de comunicação popular”, “Coletivos artísticos, grupos de teatro comunitário, expressões de carnaval”, “Centros culturais independentes e autogestivos”, “Bibliotecas populares, clubes sociais e esportivos e espaços educativos” e “Coletivos de diversidade”.
Dois bate-papos estão previstos para as 17h30: “Qual é o impacto de nosso trabalho?” e “Relação com o Estado e a autodeclaração como Ponto de Cultura”. Às 19h30 tem a conferência “Redes e Cultura Viva Comunitária”, e às 20h30, a mostra e os espetáculos artísticos.
Terceiro dia
A sexta-feira, 2 de dezembro, estará dedicada a experiências ibero-americanas de Cultura Viva Comunitária, abordando as temáticas “criatividade comunitária”, “criação coletiva” e “trabalhos de identidade”. Propostas de criatividade e criação coletiva também estão programadas para este dia, além de fóruns regionais e apresentações de produções de Pontos de Cultura. Um festival cultural comunitário encerra a programação do encontro nacional no Galpão de Catalinas (Benito Pérez Galdós 93).
Entre os palestrantes do encontro estão Enrique Avogadro, secretário de Cultura e Criatividade do Ministério da Cultura da Argentina; Victor Vich, pesquisador e professor da Universidade Católica do Peru; e Iván Nogales, sociólogo boliviano fundador do Teatro Trono e Comunidad de Productores en Artes (Compa).
Também estão na programação a socióloga Marisa Revilla Blanco, professora na Universidade Complutense de Madrid; Francisco Benítez, coordenador geral do Programa de Economia das Culturas e Produção Cultural do Instituto de Cultura do Chaco; Benjamín González Pérez, gestor cultural, professor e fundador da Fábrica de Artes y Oficios (FARO) de Oriente na Cidade do México; e Carolina Wajnerman, psicóloga especialista em arte-terapia, integrante de Mujertrova, Colectivo FindeUNmundO y Artecipación.
Saiba mais: https://encuentropdc.cultura.gob.ar.