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03

dez
2021

Em Notícias

Pontos de Cultura: uma década promovendo a cultura comunitária, pluriétnica, diversa e popular na Argentina 

Em 03, dez 2021 | Em Notícias |

Texto: Puntos de Cultura
Fotos: Soledad Amarilla/Ministerio de Cultura de la Nación

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O programa Pontos de Cultura da Argentina, inspirado no Cultura Viva do Brasil, completou 10 anos fortalecendo a cultura popular comunitária através de uma ampla rede de organizações e coletivos que continua em expansão em todo o país e representa  políticas públicas que promovem a diversidade cultural da América Latina.

A primeira década de vida de Puntos de Cultura (PDC) foi celebrada semanas atrás com um encontro em Tecnópolis, com a participação do ministro de Cultura, Tristán Bauer, e a deputada brasileira e criadora da Lei de Cultura Viva, Jandira Feghali, como principal convidada.

O secretário nacional de Gestão Cultural, Maximiliano Uceda, foi o encarregado de abrir o encontro e dar as boas-vindas aos representantes de organizações sociais comunitárias que formam parte da Rede Nacional de PDC, protagonistas de uma jornada que incluiu oficinas, rodas de conversa e espetáculos.

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Ao nascer, em 2011, PDC reunia 98 organizações sociais comunitárias e comunidades indígenas. Hoje, a Rede Nacional de PDC está integrada por mais de 1.200 coletivos e mais de 1.600 projetos, através dos quais se promove a cultura solidária, a inclusão social, as identidades locais, a participação popular e o desenvolvimento regional através da arte e da cultura.

Durante a pandemia, o orçamento destinado ao programa Pontos de Cultura, que sofreu cortes por parte do governo neoliberal de Mauricio Macri (2015-2019), representou um investimento histórico, com um Aporte Econômico Extraordinário e uma VII Convocatória Nacional que encerrou com a inscrição de 942 novos projetos. 

O secretário Uceda lembrou que o programa “nasceu em um momento expansivo de nossa Pátria Grande, onde podíamos pensar em nós integralmente como um continente país, um continente nação. E podíamos tomar políticas de outros países e explorar com as mesmas políticas de futuro e de território”.

O Ministério de Cultura, explicou Uceda, reconhece na comunidade a base da construção de sentido, de cidadania, de história e de cultura, e entende o território e a quem compõem o território, que são as organizações, como o motor de mudança e cimento das políticas públicas.

A deputada Jandira Feghali, o ministro Tristán Bauer e o secretário Maximiliano Uceda (Foto: Mauro Rico)

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Na abertura, o ministro Bauer assegurou que o programa é “a coluna vertebral” de sua gestão. Para a Argentina, “é um programa fundamental, que temos expandido, ao qual temos dado um crescimento exponencial e vamos seguir fazendo”, e inscreveu estas iniciativas “na Pátria Grande, na unidade latino-americana e na diversidade cultural”.

Bauer advertiu sobre as pressões externas que “tratam de transformar a nós, latino-americanos, em consumidores de uma única monolítica cultura hegemônica, e a isso dizemos não. Hoje comemoramos os 10 anos de PDC, mas este programa nasceu no Brasil de Lula, de Gilberto Gil. Sempre temos que voltar a esses dias”.

Jandira Feghali concordou com Bauer que “os países capitalistas centrais têm a necessidade de dominar culturalmente os nossos, de que sejamos mercados homogêneos para que seus bens culturais sejam consumidos por nós: sua música, seu cinema, sua vestimenta, seus alimentos, como se fossemos um mercado consumidor único. Mas jamais seremos homogêneos, nós somos diversos, pluriétnicos”.

“Ser culto, disse Feghali, não é ter cultura erudita, não é a cultura da escolaridade. O povo é culto, o povo tem sua cultura. O Estado não produz cultura. A cultura é produzida pelo povo. E os Pontos de Cultura não são gestores de eventos, e sim administradores de processos sociais, de transformações, e devem integrar muitas políticas. A cultura atravessa a saúde, o meio ambiente, a tecnologia, a ciência e a comunicação democrática”.

Conversatório com representantes de organizações

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Durante o conversatório “10 anos de Pontos de Cultura”, que encerrou o dia de apresentações, o diretor nacional de Diversidade e Cultura Comunitária, Gianni Buono, destacou que a rede formada pelas organizações de PDC “é o potencial maior que o programa tem”, que não apenas financia projetos, mas também fortalece essa rede. 

Nessa linha, Buono anunciou que serão retomados os encontros regionais, postergados devido à pandemia, e que se impulsionará a criação de um Conselho de Cultura Comunitária Federal, com as ferramentas necessárias para que as organizações possam trasladar suas propostas e que permitam visibilizar a cultura e a diversidade a partir do território”. 

“Gosto de falar de culturas, porque há culturas antagônicas: a cultura do individualismo, à qual preferimos a cultura da solidariedade; a cultura da meritocracia, que confrontamos com uma cultura da participação e da organização; a cultura da homogeneização versus a cultura da diversidade, essa cultura popular contra a das corporações”, destacou Buono. 

No conversatório que percorreu os 10 anos de PDC e seus próximos desafios, e que foi moderado pelo coordenador do programa, Diego Benhabib, participaram representantes de sete organizações históricas de distintas regiões do país: Nora Mouriño (Grupo de Teatro Comunitario Catalinas Sur, CABA), Margarita Palacios (Asociación de Mujeres La Colmena, José León Suárez, PBA), Eduardo Balán (Asociación Civil El Culebrón Timbal, Moreno, PBA), Claudia Herrera (Comunidad indígena Guaytamari, Uspallata, Mendoza), Nancy Coronel (Asociación Civil Juan XXIII, Corrientes), Luisa Paz (DIVAS, Consultorio Inclusivo, Hospital Provincial, Santiago del Estero), e Alberto “Cuio” Ingold (Centro Cultural La Fragua, Villa Elisa, Entre Ríos). 

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Abertura do encontro em Tecnópolis:

Conversatório