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Tecendo esperança: começou o 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária

Em 08, out 2022 | Em Destaque, Notícias |

A cerimônia de abertura do 5º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, realizada neste sábado 8 de outubro, no Auditório Los Incas do Ministério da Cultura, em Lima (Peru), foi marcada por apresentações artísticas, uma mesa continental sobre “crise civilizatória e horizonte comunitário” e algumas saudações e discursos de autoridades, incluindo a presidente do IberCultura Viva, Esther Hernández Torres, diretora geral de Vinculação Cultural da Secretaria de Cultura do Governo do México.

A alegria, a energia, o trabalho feito de coração pelo grupo que organiza o evento e as organizações comunitárias presentes (cerca de 500 pessoas se inscreveram para participar do encontro) foram destacados pelas autoridades que subiram ao palco neste ato inaugural.

Janie Gómez Guerrero, vice-ministra do Patrimônio Cultural e Indústrias Culturais do Peru, destacou o trabalho do Grupo Impulsor, reconhecendo o esforço e a dedicação dos/das organizadores/as e agradeceu a energia e o bom espírito. “Quando perguntaram o que vocês trouxeram, entre todas as coisas que têm aqui, alguém gritou: amor! E, na verdade, o amor é a chave de tudo”, comentou, após reafirmar o compromisso institucional com o fortalecimento e a co-construção de políticas culturais de base comunitária, “e com ele o fortalecimento e a visibilidade do trabalho que vêm realizando em suas comunidades para o seu desenvolvimento”. 

“Esperamos que este espaço de reflexão e encontro de organizações culturais comunitárias, funcionários/as públicos/as e sociedade civil nos permita fortalecer a ação colaborativa para o empoderamento de bairros e comunidades numa perspectiva intercultural, intergeracional e de gênero”, disse a vice-ministra, ressaltando também a participação do Peru no IberCultura Viva desde o início da implementação do programa, em 2014. 

Fabíola Figueroa, Esther Hernández e Janie Gomez (no centro)

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Esther Hernández, por sua vez, destacou que para este período (2020-2023) a presidência do IberCultura Viva dobrou o orçamento para organizações culturais comunitárias, o que permitiu que o Edital de Mobilidade 2022 apoiasse 61 organizações dos 11 países que fazem parte do programa, além do Paraguai, que é país convidado este ano e passará a integrar oficialmente o Conselho Intergovernamental em 2023.

Ela também mencionou como importante contribuição a participação da Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais nos círculos da palavra do 5º Congresso, bem como em atividades com organizações culturais comunitárias, apresentando experiências e boas práticas, e capacitações sobre políticas públicas de base comunitária. 

Nessas experiências compartilhadas, ela espera que os/as participantes possam criticar e sugerir como os/as representantes de governos podem melhorar as políticas culturais comunitárias. “O principal é o que vocês têm a dizer, para nos observar e sugerir que continuemos melhorando. O compromisso do programa é continuar apoiando e aumentando os orçamentos para a cultura viva comunitária”, afirmou.

Hernández mencionou a presença do vice-presidente do IberCultura Viva, Federico Prieto, secretário de Gestão Cultural do Ministério de Cultura da Argentina, e do representante (REPPI) da Argentina no programa, Diego Benhabib, que viajou ao Peru com a secretária técnica do IberCultura Viva, Flor Minici, e a equipe da Unidade Técnica. Destacou ainda a participação do Grupo de Trabalho de Sistematização do programa, através de uma comissão que vai apoiar o 5º Congresso com a sistematização das atividades realizadas e a entrega de um documento com os resultados, articulação que foi possível com o apoio do IberCultura Viva. 

Diego Benhabib, Flor Minici e Esther Hernández

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Ela também citou os dois livros que serão apresentados pelo programa na próxima quarta-feira, 12 de outubro, na Feira de Saberes do 5º Congresso: “Redes na Rede: Relatos do 4º Encontro de Redes IberCultura Viva”, publicação realizada em conjunto com a Prefeitura de Medellín (Colômbia) e “Por todos os caminhos: Pontos de cultura na América Latina”, escrito pelo historiador e gestor cultural brasileiro Célio Turino e traduzido para o espanhol com o apoio do IberCultura Viva.

“Parabéns por ser um congresso cheio de alegria, energia e luta constante para tornar visível o trabalho político e social que se faz a partir dos territórios. É a força desse trabalho, que está penetrando pelas brechas que às vezes são deixadas pelos discursos dominantes, que hoje está obrigando os governos a mudar a perspectiva no desenho de suas políticas públicas”, afirmou.

Em seguida, Fabiola Figueroa Cárdenas, gerente de Cultura da Municipalidade de Lima, falou sobre a emoção de participar deste encontro com muitos que estiveram com ela no 1º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, em 2013 em La Paz, Bolívia. Ela também mencionou a ausência de Iván Nogales, sociólogo boliviano e fundador do Teatro Trono e da Comunidade de Produtores nas Artes (COMPA), um incansável promotor da arte comunitária, falecido em março de 2019.

“É muito bom sentir essa energia, a esperança de que tanto precisamos no mundo”, sublinhou. “Acho que é um momento importante para pensar como construir, como articular, que esse tipo de encontro aconteça nos bairros, nos territórios, do lugar onde temos que estar no momento, sempre procurando trabalhar de mãos dadas com a sociedade civil, governos locais, Estado, organismos internacionais, para buscar essas ideias de bem viver, solidariedade, a reivindicação dos povos originários, mas sobretudo a alegria que a cultura viva comunitária traz para curar nossos corações”.